Entre os fatores apresentados por ela estaria o poder aquisitivo dos fiéis que passaram a ocupar a classe C.

A pesquisadora Karina Kosicki Bellotti escreveu uma análise para o jornal Folha de São Paulo comentando a presença dos evangélicos na mídia e o poder de consumo deste grupo que já despertou o interesse de grandes grupos como é o caso da Rede Globo.

O texto lembra que nas décadas de 1980 e 1990 a relação entre religiosos e a mídia foi marcada por ofensas através de reportagens investigativas que acusavam líderes neopentecostais e questionavam a arrecadação de dízimos e ofertas.

Outro ponto destacado por Bellotti foi o personagem de Edson Celulari na minissérie “Decadência” exibida em 1995. Na trama o ator interpretava um pastor sem ética que fica milionário ao fundar uma igreja.

O que a doutora em História Cultural observa é que a mídia tem mudado a sua opinião a respeito dos evangélicos e começa a tentar uma aproximação por perceber que o público tem mudado.

“Observamos que, nos últimos cinco anos, a Globo tem se aproximado deste público, porque tem lhe conferido não somente um peso de formação de opinião, mas também de mercado consumidor”, escreve Karina.

Outros motivos que estariam impulsionando a presença dos evangélicos na TV, de acordo com a pesquisadora, seria o poder aquisitivo dos evangélicos que ocupam a classe C.

A participação de fiéis nas redes sociais também estaria mudando a forma como estes religiosos são tratados. Karina acredita que se antes o fiel era retratado como um sujeito vulnerável aos ataques dos líderes, hoje ele tem sido retratado de forma mais positiva.

“Acredito que as redes sociais têm ajudado a conferir maior visibilidade; o próprio uso da mídia feito por grupos evangélicos tem conferido também esta visibilidade, seja em termos de evangelização, seja nas campanhas eleitorais e até nas ameaças de boicote a novelas da Globo”, afirma a pesquisadora.

[b]Fonte: Gospel Prime[/b]

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