Pastor Ricardo Gondim gera polêmica sobre a sua recente publicação intitulada “Deus nos livre de um Brasil evangélico.”
Segundo ele, era necessário escrever sobre o seu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. Para ele existe o sonho dos evangélicos de que o “país se convertesse em massa e a terra dos tupiniquins virasse num país legitimamente evangélico.”
Ricardo se refere ao movimento evangélico como subgrupo do Cristianismo e do Protestantismo conhecido como tal.
“A esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus,” o Brasil tem que virar “crente,” com a cara dos evangélicos.
Os avanços numéricos de evangélicos, diz ele, já passam a idéia de como seria desastroso se tal evento acontecesse no Brasil.
Ricardo se preocupa na perda de valores culturais já existentes, citando por exemplo as poesias de Carlos Drummond de Andrade, “Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?”ou os ensinamentos de Charles Darwin nas faculdades, “Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária.”
Para ele o Brasil evangélico não teria folclore. “Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo.”
Sua outra preocupação é que isso seria um triunfo da “american way of life,” mencionando que o Brasil possui uma espiritualidade e moralidade cópias malfeitas da cultura dos Estados Unidos.
Além disso, ele afirma que o Brasil evangélicos acirrariam o “preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.”
Ricardo esclarece que “Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus.” “Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.”
Ele enfatizou, desta maneira, que levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética.
“Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.”
Por estas razões ele escreveu e reafirmou, “Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.”
[b]Fonte: Christian Post[/b]