Operação “De volta para Canaã”, desarticula organização religiosa acusada de submeter pessoas a trabalho escravo.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira (17) quatro pessoas na Operação “De volta para Canaã”, deflagrada em Minas Gerais, São Paulo e Bahia para desarticular uma organização religiosa acusada de submeter pessoas a trabalho escravo. Segundo a PF, a igreja “Jesus a Verdade que Marca”, seria responsável por atrair seguidores para trabalhos forçados e sem pagamento em fazendas dos três estados há pelo menos quatro anos.
[img align=left width=300]http://avozdacidade.com/site/conteudo/noticias/B%5F%2D%5Foperacaovalendo%5Finterna%5F%2D%5Fcredito%5FEPTV%2Ejpg[/img]Os fiéis seriam convencidos a doar todo o seu patrimônio para a seita, sob o argumento de que “tudo seria de todos” e, em seguida, obrigados a realizar trabalhos rurais. A PF estima que a igreja já tenha arrecadado R$ 100 milhões desde 2011 com a prática. O dinheiro arrecadado foi utilizado para a compra de fazendas e artigos de luxo, como carros e mobílias, para os líderes da seita.
Dentre as prisões temporárias efetivadas nesta manhã, três foram em Minas Gerais e uma em São Paulo. Outros dois líderes da organização ainda estão sendo procurados pela Polícia Federal. Os responsáveis deverão responder pelos crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As investigações sobre as atividades da seita religiosa, iniciadas em 2011, estão sendo coordenadas na cidade de Varginha (MG). A Justiça autorizou 129 mandados – dos quais seis são de prisão temporária, 47 de condução coercitiva e 70 de busca, apreensão e sequestro de bens nas cidades de Pouso Alegre (MG), Poços de Caldas (MG), Andrelândia (MG), Minduri (MG), São Vicente de Minas (MG), Lavras (MG), Carrancas (MG), Remanso (BA), Marporá (BA), Barra (BA), Ibotirama (BA), Cotegipe (BA) e São Paulo (SP).
Em 2013, a Polícia Federal conduziu a Operação Canaã para investigar a atividade da igreja, ao lado do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho. No entanto, não houve prisões na primeira operação, que inspecionou propriedades rurais apenas no estado de Minas Gerais.
[b]Fonte: A Voz da Cidade[/b]