A Polícia Federal abriu um procedimento preliminar para investigar se o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro cometeu crime ao disparar acidentalmente a arma que portava, na segunda-feira, 25, durante procedimento de embarque no aeroporto de Brasília.
Após o ocorrido, Ribeiro foi ouvido pela Polícia Federal. Outras duas pessoas que testemunharam o acidente prestaram depoimento nesta terça-feira, 26, uma delas a funcionária da Gol Linhas Aéreas que foi atingida pelos estilhaços do disparo.
Além de ouvir pessoas que presenciaram o disparo, a Polícia Federal vai analisar as câmeras do aeroporto e pedir informações ao Exército sobre a arma e liberação para porte do ex-ministro.
O pastor Ribeiro afirmou para a Polícia Federal que abriu sua pasta de documentos para pegar sua arma e separá-la do carregador.
“O declarante com medo de expor sua arma de fogo publicamente no balcão, tentou desmuniciá-la dentro da pasta, ocasião em que ocorreu o disparo acidental”, diz trecho do depoimento.
Segundo o ex-ministro, o espaço dentro da pasta ficou “pequeno para manusear a arma”. O disparo, disse ele, perfurou o coldre onde estava a arma, a pasta e se espalhou no chão no aeroporto.
Ao desmuniciar a arma no balcão da companhia aérea, Ribeiro descumpriu uma norma da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que prevê a retirada da munição antes do embarque.
A PF no aeroporto de Brasília possui um lugar específico para a retirada das munições da arma a ser transportada.
A Anac informou que o “despacho de arma de fogo e munições em aeronaves de transporte aéreo regular somente pode ocorrer com a autorização da unidade da Polícia Federal presente no aeródromo”.
Segundo a agência, em casos de possíveis irregularidades poderão ser tomadas medidas administrativas em relação ao aeroporto e a companhia aérea.
“Os demais casos e envolvidos são de responsabilidade de outros órgãos públicos. A investigação fica a cargo da Polícia Federal e a Justiça determina as penas”, diz a Anac.
A PF também foi questionada sobre se o ex-ministro solicitou algum tipo de autorização para o transporte da arma, mas não respondeu até a publicação deste texto.
O Exército, por sua vez, disse em nota que “não teve acesso à documentação apresentada por ocasião da ocorrência, para que possam ser analisadas eventuais medidas aplicáveis ao caso”.
Fonte: Folha de S. Paulo