A polícia da África do Sul invadiu a Igreja Metodista central de Johanesburgo, prendendo 1.500 mendigos e zimbabuanos que estavam abrigados no local.
Dezenas de policiais, alguns fortemente armados, invadiram o complexo da igreja, prenderam os refugiados e os levaram para a prisão.
A polícia afirma que estava procurando drogas, armas e imigrantes ilegais, mas o bispo da igreja, Paul Verryn, descreveu a ação como uma violação ao santuário da igreja. “Acho que (a ação) é desprezível”, disse ele à BBC.
A ação policial da noite de quarta-feira foi a primeira que teve como alvo a igreja metodista, que é amplamente respeitada como abrigo para algumas das pessoas mais desesperadas da cidade.
O correspondente da BBC em Joanesburgo Peter Greste afirma que, até recentemente, as autoridades tinham uma atitude relativamente tolerante com os centenas de milhares de refugiados que fogem da crise política e econômica do Zimbábue.
Mas com a própria economia começando a sentir o peso desses refugiados, o governo começou a endurecer essa atitude, afirma Greste.
Estima-se que três milhões de zimbabuanos estejam morando na África do Sul.
“Violação dos direitos”
O bispo Verryn afirmou que a maneira como a polícia lidou com os detidos durante a ação na igreja foi uma clara violação de seus direitos.
“Até agora, não vi nenhuma notícia de que foram encontradas armas no local” disse o bispo ao programa World Today, da BBC.
O bispo defendeu que a igreja deveria oferecer abrigo para aqueles que podem não ter o direito de permanecer na África do Sul.
Além dos 1.200 mendigos e refugiados do Zimbábue que normalmente dormiam dentro da igreja, havia outras 500 pessoas no pátio.
Alguns dos detidos, cujos documentos estavam em ordem, já retornaram à igreja.
Fonte: BBC Brasil