Uma loja na Ciudad del Este, no Paraguai, foi fechada temporariamente por vender supostas bonecas transexuais.
De acordo com a prefeita, Sara McLeod, o comércio foi suspenso porque a cidade se declarou, no ano passado, pró-vida e pró-família.
Por causa disso, o brinquedo estaria desrespeitando os valores adotados pelo município. O movimento pró-vida é liderado pela Igreja Católica e tem adesão de outras religiões.
Em entrevista a Associated Press, a gerente da loja, Esther Bazán, negou que as bonecas sejam transexuais e informou que todos os clientes são avisados das características do brinquedo.
“Nós compramos as bonecas da China. Elas têm características e roupas femininas, mas possuem um apêndice no púbis que se parece com um órgão sexual masculino. Os clientes são avisados, antes da compra, sobre as características da boneca. Os turistas brasileiros e argentinos as levam dando risadas”, declarou a gerente.
Apesar da decisão da prefeitura de fechar o comércio, o ministro da Infância e Adolescência, Ricardo González, afirmou que “não existe uma regulação sobre a venda de brinquedos, como as bonecas, nem mesmo de brinquedos bélicos”.
Já o advogado que representa o município, Christian Cabral, informou que a loja foi fechada porque “não pagou o imposto comercial deste ano e cometeu uma falha administrativa ao vender brinquedos, enquanto só estava habilitada a comercializar produtos eletrônicos”.
No ano passado, o Paraguai proibiu o ensino da diversidade e igualdade de gênero nas escolas, contrariando uma recomendação da Unicef educação.
O ministro da Educação do Paraguai, Enrique Riera, afirmou, também no ano passado, que a Constituição do país reconhece “uma família tradicional”, formada por “pai, mãe, filhos” e disse que descartarão material que promove a ideologia de gênero e que tinha ficado do governo anterior.
“Quero lhe dizer que o Ministério da Educação se baseia no artigo 52 da Constituição Nacional, de uma família tradicional, de valores tradicionais, com pai, mãe, filhos: também é a minha posição e nós naturalmente respeitamos as diferentes opções, mas não as infundiremos nas escolas públicas”, manifestou.
O artigo 52 da Constituição do Paraguai afirma que “o casamento entre o homem e a mulher é um dos elementos fundamentais na formação da família”.
Fonte: Pleno News e ACI Digital