O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez da liberdade religiosa um pilar de sua política externa, se encontrou na quarta-feira (17) com vítimas de perseguição religiosa em países como China, Turquia, Coreia do Norte, Irã e Mianmar.
Trump tem muitos evangélicos em sua base de apoio, e nesta semana o Departamento de Estado está sediando uma conferência sobre o tema que conta com as presenças do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e do secretário de Estado, Mike Pompeo.
Durante a reunião de hoje, o Sr. Trump disse aos sobreviventes de maus-tratos religiosos, que vieram de 17 países diferentes, “cada um de vocês agora se tornou uma testemunha da importância do avanço da liberdade religiosa em todo o mundo. É sobre a liberdade religiosa”.
“Na América, sempre entendemos que nossos direitos vêm de Deus, não do governo”, disse Trump.
O presidente ouviu vários participantes compartilharem suas experiências de abusos religiosos e de direitos humanos.
Entre 27 participantes da reunião no Salão Oval, quatro eram da China, disse a Casa Branca: Jewher Ilham, um muçulmano uigur; Yuhua Zhang, um seguidor do Falun Gong; Nyima Lhamo, budista tibetano, tibetano, e Manping Ouyang, um cristão.
A China condenou o pai de Ilham, Ilham Tohti, professor de economia e defensor dos direitos dos uigures, à prisão perpétua após acusá-lo de separatismo em 2014, atraindo críticas dos EUA e de grupos de direitos humanos à época.
Relações comerciais
Quase duas dúzias de nações reunidas no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) neste mês exortaram a China a parar de perseguir os uigures étnicos de Xinjiang, região do oeste onde especialistas da ONU e ativistas dizem que ao menos um milhão estão sendo mantidos em centros de detenção.
O governo Trump vem estudando sanções contra autoridades chinesas devido às suas políticas para para Xinjiang, inclusive o chefe do Partido Comunista regional, Chen Quanguo.
As relações entre EUA e China já estão tensas devido a uma guerra comercial retaliatória na qual Washington alega que Pequim utiliza práticas comerciais injustas.
O governo chinês rejeita qualquer insinuação de que abusa dos direitos humanos e religiosos.
“Devo ressaltar que, na China, esta situação de uma assim chamada perseguição religiosa não existe”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, em um boletim à imprensa em Pequim nesta quinta-feira.
Prisão de pastores
A China mantém sob prisão e detenção diversos líderes cristãos e pastores, sendo o caso mais emblemático o do líder da igreja Early Rain Covenant Church (ERCC), o Pr. Wang Yi dizem acusado de cometer dois crimes: incitar a subverter o poder estatal e operações comerciais ilegais.
Segundo o advogado de Wang, não há data para o julgamento do pastor pelas autoridades chinesas, que também detêm Pr. Li Yingqiang e Qin Defu. “Eles [policiais] não souberam a situação deles”, informou o defensor.
“Considerando que um réu pode contratar dois advogados, perguntarei à mãe de Wang Yi o que ela prefere. Eu atualmente não tenho nenhuma informação sobre Jiang Rong [esposa de Wang Yi] e Shuya [seu filho]”, disse o advogado.
Fonte: Guia-me com informações de UOL e Reuters