Foi preso nesta quinta-feira (9) o ex-padre Vitor Hugo Gerhard, de 67 anos, condenado pela Justiça do Rio Grande do Sul a nove anos de reclusão por abusar de um adolescente de 16 anos, em 2008, em uma fazenda de recuperação de dependentes químicos em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele recorreu da sentença, mas não teve sucesso, e deveria estar cumprindo pena desde outubro do ano passado.
Gerhard foi abordado pela polícia em casa, em Santa Maria, na Região Central do estado, e encaminhado ao Presídio Regional da cidade. De acordo com as autoridades, o ex-padre estava trabalhando em uma comunidade terapêutica, o que foi proibido pela Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude.
“Ele esteve aqui na delegacia em tempos passados, tratando de outros assuntos, e nós não tínhamos conhecimento sequer da existência do processo. Nos causou surpresa, e tão logo eu fiquei ciente da informação, eu mesmo fiz as pesquisas necessárias, e determinei o cumprimento dessa medida”, conta o delegado regional Sandro Meinerz.
Gerhard deveria estar cumprindo pena desde outubro do ano passado. Além disso, em 2012, a Igreja Católica já havia se comprometido com o Ministério Público que ele ficaria afastado de qualquer fazenda de recuperação de dependentes químicos.
O ex-padre também foi julgado pela Igreja Católica e perdeu os direitos religiosos. Na Região Central do estado, ele trabalhava há pelo menos três anos na Fazenda do Senhor Jesus, no município de Ivorá, ligada a Igreja Católica de Santa Maria.
“Ele tinha contato com a fazenda, havia uma ingerência, que ele frequentava a fazenda constantemente. O trabalho dele era também voltado para este local, onde em um lugar similar ele teve problema no passado”, relembra o delegado.
A Arquidiocese de Santa Maria informou que não tinha conhecimento oficial da condenação do ex-padre por pedofilia. A instituição afirmou, ainda, que Gerhard não coordenava a fazenda terapêutica em Ivorá, mas que somente aproveitou a experiência dele com dependentes químicos para melhorar o trabalho de recuperação.
Fonte: G1-RS