Os prisioneiros internados no presídio Rappahannock em Stafford, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, estão tendo sua correspondência religiosa censurada.
A American Civil Liberties Union (ACLU), apoiada por grupos como a Prison Fellowship e a fundação Becket para a Liberdade Religiosa, solicitou aos oficiais do departamento de correções na Virgínia para que interrompam a censura de materiais religiosos enviados para os presos.
Em carta encaminhada ao superintendente da prisão, a entidade pediu para que os policiais garantam, por escrito, que a prisão não vai mais censurar passagens bíblicas das correspondências escritas para os detidos, e que revisarão as regras para recebimento de correspondência, a fim de assegurar que as cartas não sejam censuradas apenas por conterem materiais religiosos.
Segundo David Shapiro, advogado da ACLU, os administradores de uma prisão não podem pensar que é normal censurar a Bíblia e outros materiais religiosos sem razão que justifique tal medida. “Tal censura viola os direitos dos presos de praticar sua religião livremente e a liberdade de expressão daqueles que querem se comunicar com os que estão na prisão.”
De acordo com a ACLU, a carta foi estimulada por uma reclamação levada à organização por Anna Williams, cristã que teve seu filho mantido em Rappahannock até ser transferido no início deste ano.
Anna queria enviar material religioso para seu filho, incluindo passagens da Bíblia, para apoiá-lo espiritualmente durante seu confinamento. Mas em vez de entregar as cartas para o filho dela, os oficiais retiraram todo material religioso, destruindo as mensagens que Anna escreveu.
Em uma ocasião, os funcionários da prisão reduziram uma carta de três páginas enviada pela Sra. Williams para nada mais que uma saudação, o primeiro parágrafo da carta e a assinatura “com amor, mamãe”, depois de cortar os trechos bíblicos.
“É fundamental que os oficiais cumpram a lei e a Constituição norte-americana. As pessoas não perdem seus direitos de cultuar só porque estão presas”, argumenta Daniel Mach, diretor do programa de liberdade religiosa da ACLU.
Fonte: Unipress