Libby Lane foi ordenada em cerimônia na grande catedral gótica de York. Ela é a bispa de Stockport, primeira mulher a assumir função desde 1534.

Libby Lane se converteu nesta segunda-feira (26) na primeira bispa da Igreja da Inglaterra, anglicana, em uma cerimônia de ordenação realizada na grande catedral gótica de York, no norte.

Elizabeth Jane Holden Lane, de 48 anos, é a nova bispa de Stockport, e a primeira mulher a assumir esta função desde 1534, quando o rei Henry VIII fundou a Igreja da Inglaterra, a primeira da Igreja anglicana.

Lane, casada com outro sacerdote e mãe de dois filhos, estava acompanhada na cerimônia por Justin Welby, arcebispo de Canterbury, líder eclesiástico da Igreja alglicana, e por John Sentamu, bispo de York, segundo em ordem de importância.

Libby Lane toca saxofone e é da Manchester United, e em 1994 se tornou uma das primeiras mulheres sacerdotes, na mesma cerimônia de ordenação de seu marido.

A nova bispa estudou teologia na Universidade de Oxford e desde 2007 exerce de forma indireta a diocese de Chester, na região de Manchester.
É a primeira bispa da Igreja da Inglaterra, mas não da anglicana, porque já existem em Gales, Estados unidos, Austrália, Canadá e na Suazilândia.

Sua nomeação pôde ocorrer porque o sínodo mudou as regras para permitir a eleição, e o parlamento britânico e a rainha aceitaram a mudança.

A emenda que abriu as portas para a nomeação foi batizada como “Canon 33” e estabelece que “um homem ou uma mulher podem consagrar-se à função de bispo”.

A decisão irritou os tradicionalistas, mas gera um debate que absorveu os fiéis nos últimos anos.

Reform, um grupo ultraconservador que se opõe à ordenação de mulheres e homossexuais, disse estar inquieta com o precedente aberto por lane, mas a hierarquia a apoiou.

A singularidade de Lane poderia acabar em breve porque em 2015 está prevista a sucessão dos bispos de Leicester, Gloucester, Oxford, Newcastle e se espera uma mulher entre os eleitos.

“Trata-se de saber se a Igreja acredita que os homens e as mulheres foram feitos iguais à imagem e semelhança de Deus, e será um símbolo muito poderoso”, declarou à AFP Miranda Threlfall-Holmes, integrante da organização WATCH, que defende a igualdade de sexos na Igreja.

Justin Welby, arcebispo de Canterbury, líder eclesiástico da Igreja anglicana, elogiou Lane por sua “presença apaziguadora, seu senso de humor e sua modéstia”.

Com estes atributos, acrescentou Welby, “cumprirá brilhantemente suas funções”.

A aprovação desta reforma não obriga as outras igrejas anglicanas a ordenar mulheres como bispos, embora algumas já tenham se adiantado, como as de Gales, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Suazilândia.

A comunidade anglicana conta com 80 milhões de fiéis em 165 países e seu líder supremo é o rei da Inglaterra, neste caso Elizabeth II.

[b]Fonte: G1[/b]

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