O Supremo Tribunal das Filipinas rejeitou, na última terça-feira, um acordo de garantir maior autonomia a uma região muçulmana no país. Tal acordo aumentaria uma região autônoma islâmica já existente em Mindanao, com o consentimento dos residentes.

A região é formada atualmente por seis províncias.

A proposta foi rejeitada depois que protestos e a contínua luta dos cristãos convenceram o governo a abandonar a negociação. Uma representante do tribunal, Gleo Guerra, disse que oito dos 15 juízes votaram na terça-feira, declarando que o acordo era inconstitucional.

Os políticos cristãos que protestaram contra o acordo alertaram que a ampliação da região autônoma poderia reacender a violência sectária. Mindanao, no sul do país, foi cenário de rebeliões muçulmanas que duraram décadas.

O Tribunal já havia bloqueado o plano de fechar o acordo, em 5 de agosto, depois que políticos cristãos de Mindanao alegaram que o acordo viola a Constituição e que poderia dividir as Filipinas.

A medida do governo enfureceu as guerrilhas da Frente de Liberação Islâmica de Moro. Em um levante, em 18 de agosto, guerrilheiros deceparam e mataram a tiros 37 pessoas de várias cidades do sul.

Essa violência levou a presidente Glória Macapagal Arroyo a suspender as negociações sobre a autonomia. Ela foi criticada pelos líderes rebeldes, pois essas negociações já duram 11 anos.

Forças de segurança do governo contra-atacaram os rebeldes, por ar e solo, visando especificamente três líderes que teriam liderado centenas de guerrilheiros nos brutais ataques de agosto.

Os ataques dos rebeldes e a reação dos militares mataram cerca de cem civis e desalojaram meio milhão de pessoas em dez províncias de Mindanao no ápice do conflito, disse o governo.

O grupo rebelde – que conta com cerca de 11 mil combatentes, tem batalhado por autonomia há décadas, no sul desta nação predominantemente católica.

Representantes dos Estados Unidos e das Filipinas esperavam que um acordo de paz transformasse o rico sul das Filipinas em um agitado centro econômico, e não em um local para os terroristas.

Fonte: Portas Abertas

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