Uma oficial do Partido Comunista, que também é cristã protestante, perdeu o emprego na escola de treinamento do partido em Baoding, por promover reuniões de estudo bíblico nas dependências da escola.
Em 1º de janeiro, cerca de 100 policiais invadiram uma dessas reuniões, confiscaram materiais e prenderam participantes. Há um mês, Geng Sude, de 55 anos, foi informada de que havia sido expulsa do partido e que não era mais vice-diretora da escola em Baoding, província de Hebei.
Geng Sude manteve a posição de professora de filosofia, mas ficou claro se ela lecionará novamente. “Nunca me ocorreu que as autoridades considerariam isso com essa seriedade”, disse ela à agência de notícias Reuters. “Eu não infringi a lei. Não disse nada contra o governo ou contra a China”.
A lei chinesa garante liberdade religiosa para os que estão submetidos ao do Estado.
A professora disse que decidiu realizar as reuniões no auditório da escola porque este raramente era usado. Ela irá apelar às autoridades do partido na província.
Todos os cerca de 50 cristãos presentes – incluindo advogados, professores, escritores, jornalistas e artistas – fora levados pela política para interrogatório. Na opinião de Sude Geng, o que aconteceu se deve ao medo que o partido tem dos cristãos. Ela observou que o partido é relativamente mais tolerante para com os funcionários budistas.
No ano passado, uma investigação interna do partido revelou que cerca de um terço dos 70 milhões de membros do Partido Comunista pratica uma forma de religião ou outra. Na população em geral, as conversões são especialmente mais numerosas na parcela da sociedade considerada mais instruída.
Pequim aceita o protestantismo apenas dentro do Movimento das Três Autonomias, uma organização estabelecida em 1950 pelo regime de Mao, depois que missionários estrangeiros e líderes eclesiásticos estrangeiros e chineses foram expulsos do país.
Estatísticas oficiais mostram que o Movimento possui 10 milhões de membros. Entretanto, estima-se que o número de membros de igrejas não registradas exceda os 50 milhões.
Fonte: Portas Abertas