A Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter) tachou os projetos em tramitação no Congresso Nacional propondo a criação do Conselho Nacional de Teólogos e a regulamentação da profissão de “inconvenientes” e nocivos aos teólogos.
Os dois projetos, diz nota pública da Soter, “ferem frontalmente a liberdade religiosa e o princípio constitucional de separação Igreja e Estado”. Cabe às tradições religiosas definir quem é teólogo e teóloga, defende.
O reconhecimento civil do diploma emitido por escolas de Teologia “não implica necessariamente regulamentação da profissão”. A Soter lembra que várias profissões têm diplomas reconhecidos, como é o caso dos filósofos, sociólogos, historiadores, físicos, matemáticos, e não estão regulamentadas.
Tramitam no Legislativo o projeto do senador Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e o projeto do ex-deputado Victorio Galli, pastor da Assembléia de Deus.
O primeiro cria o Conselho Nacional de Teólogos e reconhece como teólogo a pessoa, mesmo não sendo diplomada, que exerça a atividade há mais de cinco anos. O segundo define o teólogo como todo profissional que realiza liturgias, celebrações, cultos e ritos, administra comunidades, orienta pessoas, realiza ação social, pesquisa a doutrina e transmite ensinamentos religiosos, pratica vida contemplativa e preserva a tradição.
Na nota pública, a Soter enfatiza que não apóia nem reconhece a organização que vem sendo chamada de “Conselho Federal de Teólogos”. Esse conselho, frisa, “não tem respaldo de nossa entidade nem das principais Universidades e Programas de Pós-Graduação em Teologia do país”.
A Soter é uma sociedade civil, fundada em 1985, que tem o propósito de incentivar e apoiar o ensino e a pesquisa na Teologia e nas Ciências Sociais, promover os serviços dos teólogos e organismos eclesiais na perspectiva da opção preferencial pelos pobres. Ela congrega 550 associados, de diversas partes do Brasil.
Fonte: ALC