Dirigentes do PSD acreditam que até o dia 7 de outubro a legenda ganhará reforço com a adesão de mais parlamentares, muitos ligados a igrejas evangélicas.

Depois da chancela do Tribunal Superior Eleitoral , o PSD chega ao Congresso se declarando como partido de centro e com uma força de 50 deputados e dois senadores. Será a quarta maior bancada da Câmara, depois de PT, PMDB e PSDB. O DEM ficará com a quinta ou a sexta posição. Fortalecido pela vitória, o PSD busca aumentar sua bancada no Senado.

Na Câmara, a maior parte dos 50 deputados do PSD será originária do DEM, mas outros partidos terão baixas. Segundo o PSD, o DEM perde de 17 a 20 deputados; o PMDB, quatro ou cinco; o PR, cinco; o PP, de sete a oito; o PTB, dois; o PMN, três ou quatro; PPS, três; PSC, três; PCdoB e PV, um cada. Já no Senado, estão na mira os senadores Jayme Campos (DEM-MT), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Blairo Maggi (PR-MT). A troca mais provável é do tucano paraense. Blairo e Campos negam a ida.

– Nosso objetivo é chegar ao poder e, sempre que possível, com candidatos próprios, mas alianças são naturais e necessárias. Estaremos abertos a alianças – disse Kassab.

Nesta quarta-feira, a senadora Kátia Abreu (TO) anunciou que comandará a campanha pela Assembleia Constituinte e já tem pronta a proposta de emenda constitucional. Mas a iniciativa enfrenta resistências. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), descartou a possibilidade de assinar a proposta:

– Antes de pensar numa nova Constituinte, precisamos regulamentar a de 1988.
– Para quem não tem ideia alguma, é pelo menos uma ideia – ironizou o senador José Agripino Maia (DEM-RN).
Já o líder do PT, senador Humberto Costa (RN), adiantou que só aceitaria uma revisão pontual da Constituição.

[b]Briga por salas na Câmara
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A criação do PSD abriu uma verdadeira guerra na Câmara sobre ceder ou não espaços para a instalação da liderança do novo partido. Depois de concluir que suas chances de vitória seriam mínimas, o DEM desistiu de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para impedir o registro do PSD, mas já anunciou que não irá ceder salas ou vagas de cargos especiais e de assessoria para o novo partido. Já o PPS disse que vai recorrer à Justiça para manter os mandatos de três deputados eleitos pelo partido e que já anunciaram filiação ao PSD.

Nesta quarta-feira, o líder do DEM, ACM Neto (BA), entregou estudo jurídico ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), defendendo a tese de que a regra da proporcionalidade deve considerar as bancadas eleitas. Maia, porém, admite que a criação do PSD é uma nova realidade na Casa.

O líder do PSD, deputado Guilherme Campos (SP), disse que a sigla não brigará este ano por cargos em comissões, mas não abre mão de espaço para líderes e assessores.

[b]Partido busca adesão de evangélicos
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Dirigentes do PSD acreditam que até o dia 7 de outubro a legenda ganhará reforço com a adesão de mais parlamentares, muitos ligados a igrejas evangélicas. De acordo com Guilherme Campos (SP), líder do novo partido na Câmara, há muitos políticos interessados.

– A procura aumentou substancialmente. Muita gente que estava em dúvida, resolveu nos procurar – relata o líder.

Os evangélicos devem ter um espaço grande na nova legenda. Pelo menos cinco deputados ligados a igrejas negociam a adesão. Campos nega que o PSD vá desenvolver alguma ação específica para buscar o eleitorado evangélico, mas reconhece que a legenda pode se beneficiar da adesão desses parlamentares.

– Sem dúvida, (o evangélico) é um eleitor importante.

Já estão certos no novo partidos os deputados Marcelo Aguiar (PSC-SP), cantor gospel ligado à Igreja Renascer, e Silas Câmara (PSC-AM), da Assembleia de Deus, além de Arolde de Oliveira (DEM-RJ), empresário do setor gospel . Heleno Silva (PRB-SE), da Igreja Universal, e o missionário José Olímpio (PP-SP), da Igreja Mundial do Poder de Deus, que assinou a ata de fundação do PSD, também negociam transferência.

Kassab tem se aproximado da Igreja Mundial, uma das denominações que mais cresce no mundo evangélico. No ano passado, ele intercedeu para a reabertura do principal templo da igreja, na capital paulista, que havia sido fechado por problemas na infraestrutura.

Enquanto Kassab e Guilherme Campos buscam novas filiações para o PSD, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, ficará responsável pelo programa do novo partido, cuidando da fundação da legenda, batizada de Espaço Democrático. O objetivo é realizar entre outubro e março do próximo ano seminários nos 26 estados e no Distrito Federal.

[b]Fonte: O Globo on-line[/b]

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