Domingo é “Dia do Senhor” e também de leitura de jornal. A tese é do publicitário Marcos Berger, ao defender, em monografia, a introdução de caderno especial em jornais voltado ao público evangélico.

“O meio jornal tem ignorado um público de alto potencial de crescimento e se voltado para segmentos muito menos expressivos”, definiu Berger no trabalho acadêmico sob o título “Jesus Cristo superstar”. Hoje, os evangélicos somam 16% da população brasileira, o equivalente a 28 milhões de fiéis.

A continuar o êxodo religioso no atual ritmo, em 2050 o Brasil terá 238,1 milhões de habitantes, a metade evangélica. Embora os evangélicos representem um rebanho em crescimento, ele é, ao mesmo tempo, pulverizado em milhares de pequenas comunidades.

O publicitário alertou, pois, que um jornal voltado a esse segmento não pode construir sua linha editorial tendo em vista apenas uma denominação. Destacou, no entanto, a existência de um nicho no mercado editorial, lembrando que evangélicos são incentivados a lerem a Bíblia e notícias, tanto nacionais como internacionais, para se inteirar dos acontecimentos e dirigir suas orações.

Do total da população brasileira, 22% são analfabetos, mencionou o publicitário, percentual que cai para 9,5% entre os evangélicos. A média de leitura dos evangélicos brasileiros é de seis livros por ano, o dobro da média nacional.

Berger recorreu à pesquisa do Ibope para reportar-se ao perfil do leitor evangélico: preocupado com a sua aparência, ligado em moda e estilo, que procura estar atualizado em termos de tecnologia. Trata-se de um consumidor equilibrado, que consulta a família antes de comprar, que gosta de viajar.

Pouco mais de um terço dos evangélicos pertencem às classes A e B. Todos esses foram argumentos levantados pelo publicitário na monografia na qual defendeu a introdução de caderno voltado aos evangélicos nos jornais. A monografia foi vencedora, no ano passado, do 7. Prêmio de Mídia do Estado de São Paulo.

Fonte: ALC

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