No Roda Viva da semana do Natal, o humorista Fábio Porchat falou sobre sua relação com a religião e seu papel como Jesus no especial natalino do Porta dos Fundos.
Ateu declarado, Porchat explica seu processo de pesquisa sobre o cristianismo para escrever o roteiro do especial de humor e a busca por um olhar de alguém que não acredita sobre os dogmas religiosos.
“Quanto mais a gente lê a Bíblia, mais ateu a gente é. Não dá para a gente acreditar naquilo que está escrito literalmente. Aquilo são parábolas muito bonitas, ideias muito bacanas para a gente lidar com a sociedade, lidar com os outros e as adversidades”, reflete Porchat.
“Eu sempre me interessei muito por religião, qualquer uma delas. […] Me interesso muito pelas histórias, as histórias são muito ricas e muito bonitas”, continua o humorista. “Analiso bem, leio a Bíblia, para tentar transformar [o especial] no olhar de um não-crente”, completa.
"Quanto mais a gente lê a Bíblia, mais ateu a gente é."
— Roda Viva (@rodaviva) December 22, 2020
No #RodaViva, @FabioPorchat fala sobre a pesquisa para o roteiro do especial de Natal do Porta dos Fundos e sua relação com a religião. pic.twitter.com/LbxDPW1xQy
Ator, roteirista e humorista, Fábio Porchat é um dos fundadores da produtora de vídeos Porta dos Fundos, que nos últimos anos vem produzindo filmes que zombam da fé cristã.
Em 2019, o Porta dos Fundos lançou o filme “A Primeira Tentação de Cristo”, onde “Jesus” tem o estereótipo de um estudante universitário militante gay de esquerda e fã de boy bands, que tem um relacionamento amoroso com Orlando, interpretado por Fábio Porchat.
Em 2020, o Especial de Natal do Porta dos Fundos não obteve o apoio da Netflix, que decidiu apostar em um filme que não atacasse a fé cristã. A aposta em Tudo Bem no Natal Que Vem, de Leandro Hassum, se provou acertada, e o filme se tornou líder de audiência no exterior e um dos mais assistidos no Brasil.
Antes do lançamento, Porchat tentou causar polêmica para promover o lançamento da edição 2020 da esquete, dizendo ter “certeza que se Jesus voltasse, e tenho certeza que já tentou, ele teria voltado gay, travesti, mulher, preta e teria morrido em três dias, e não em 33 anos”.
Assista a entrevista na íntegra:
Fonte: Gospel Mais e Cultura (UOL)