O pastor Silas Malafaia admitiu erro nas contas de sua igreja, mas não por culpa dele, e sim, do seu contador, que deixou de recolher um tributo.

O pastor Silas Malafaia, 53, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi investigado em 2007 cinco vezes – duas pela Receita Federal e três pelo Ministério Público Federal — por suspeita de ter desviado dinheiro arrecadado com o dízimo e por ter se aproveitado da crendice popular.

Malafaia admitiu ter havido erro nas contas de sua igreja – mas não por culpa de dele, e sim, do seu contador, que, disse, deixou de recolher um tributo.

“Paguei tudo [o tributo devido] no outro dia sem contestar”, disse ele à jornalista Daniela Pinheiro, que escreveu para a revista Piauí uma longa reportagem sobre o pastor, entrevistando-o, inclusive. Não foi revelada a quantia envolvida no suposto erro do contador.

Na entrevista, Malafaia se vangloriou de conseguir doações de alto valor. Contou que em abril pediu oferta de R$ 100 mil para pagar uma promissória de R$ 1,5 milhão que ia vencer e em menos de uma semana obteve a soma. “Ralé que doa R$ 100 mil… As pessoas não têm ideia do que está acontecendo no meio evangélico”, disse.

Dublado em inglês, o programa de TV do pastor passa em uma rede evangélica internacional, atingindo cerca de 200 países via satélite. No Brasil, é transmitido pela Rede TV!, Band e CNT.

A Vitória em Cristo capta em oferta e doações de fiéis R$ 40 milhões por ano. O pastor disse que faz questão de não receber salário da igreja, nem usar verbas para despesas pessoais.

Afirmou que vive do dinheiro de sua empresa, a Editora Central Gospel, cujo catálogo tem cerca de 600 títulos, entre livros (incluindo Bíblias), CDs e DVDs. O próprio Malafaia é autor da maioria dos livros. Recentemente, a Avon comprou 400 mil exemplares para vendê-los de porta em porta, juntamente com seus produtos de beleza. Mas é o programa do pastor que garante as vendas da editora.

Não é bem verdade que Malafaia não use verbas da igreja, porque ele e sua família viajam pelo Brasil e exterior no avião que a Vitória em Cristo comprou de segunda mão nos Estados Unidos em 2010 por US$ 4 milhões (R$ 6,8 milhões). Trata-se de um jato Gulfstream III. Tem autonomia para oito horas de voo, doze lugares, sofá, cozinha, sistema individual de entretenimento. É um “favor de Deus”, conforme está escrito em inglês na fuselagem.

A Associação Vitória em Cristo, que é a administradora da igreja, e a Editora Central Gospel funcionam em um mesmo prédio de 40 mil metros quadrados em Jacarepaguá, bairro da zona norte do Rio. Os diretores de uma e outra são da família de Malafaia.

Os fiscais da Receita Federal, que estiveram no prédio em 2007, provavelmente tiveram alguma dificuldade em saber onde termina a igreja e começa empresa Central Gospel.

[b]Fonte: Paulopes[/b]

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