O grupo de dez americanos suspeitos de participar de um esquema ilegal de adoção de menores haitianos, que seriam órfãos, deve comparecer a uma corte nesta segunda-feira em Porto Príncipe. Eles são acusados de tentar levar clandestinamente 33 crianças depois do terremoto que devastou o Haiti. O governo investiga se as crianças são mesmo órfãs.

Os cinco homens e cinco mulheres de uma igreja Batista, a maioria de Idaho e Texas, disseram que são membros da organização “Missão de Resgate de Órfãos do Haiti” e que estavam tentando salvar crianças abandonadas e traumatizadas para levá-las a um orfanato.

Mas, os policiais disseram que o grupo não tinha qualquer documentação. Os americanos foram presos na fronteira com a República Dominicana, em ônibus com menores entre dois meses a 12 anos de idade.

– Nós entendemos, e várias pessoas nos disseram, incluindo autoridades dominicanas, que poderíamos levar as crianças para o país vizinho. Nosso erro foi que não entendemos que era necessária documentação adicional – defendeu a porta-voz da igreja, Laura Silsby, garantindo que tentou “fazer a coisa certa”.

Ela contou que os americanos planejavam recolher até 100 crianças e levá-las para um hotel em Cabarete, um resort na República Dominicana, que seria transformado em orfanato. As crianças, algumas delas doentes, foram deixadas pela polícia num orfanato perto da capital, e funcionários tentam localizar seus pais ou parentes.

O governo do Haiti decidiu suspender os processos de adoções no país porque as crianças órfãs ou perdidas agora estão ainda mais vulneráveis ao tráfico de menores. A Organização Internacional para Migrações relatou em 2007 que falsas agências de adoção no país ofereciam crianças a haitianos ricos e a estrangeiros em troca de taxas de processos que chegavam a US$ 10 mil. E disse ainda que haitianos estavam entregando seus filhos aos traficantes em troca de ajuda financeira.

Fonte: O Globo online

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