Um influente grupo de religiosos pediu nesta segunda-feira ao presidente Mahmud Ahmadinejad e a seu governo que evitem qualquer provocação no contexto político atual no Irã, um apelo inédito no campo conservador desde a eleição presidencial de 12 de junho.

“Pedimos ao presidente e ao governo para que se esforcem seriamente para resolver os problemas das pessoas, assim como os desafios econômicos e sociais, e evitem se manifestar sobre temas fúteis e polêmicos”, declarou a Associação do Clero Combatente em um comunicado divulgado na internet.

“Os comentários e a falta de respeito nos debates, os discursos e as manifestações antes e depois da eleição (presidencial) causaram divergências”, indicou esse grupo.

No final de agosto, em seu discurso durante as orações de sexta-feira, o presidente Mahmud Ahmadinejad pediu que os líderes da oposição fossem punidos pelos tumultos após a sua polêmica reeleição.

Durante a campanha, Ahmadinejad acusou o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsandjani e seus filhos de corrupção.

Em seu comunicado, a Associação do Clero Combatente, que reúne vários religiosos conservadores, dentre eles o ex-presidente Rafsandjani, denuncia também a atitude da oposição nas últimas semanas, em particular dos organizadores das manifestações de rua.

A reeleição de Mahmud Ahmadinejad foi seguida de grandes manifestações, provocando a mais grave crise já atravessada pela República Islâmica desde a sua instauração em 1979.

Pelo menos 4.000 manifestantes foram presos e 30 pessoas mortas, segundo dados oficiais. A oposição fala de 72 mortos.

Fonte: AFP

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