O funcionamento dos templos religiosos foi um dos temas discutidos em seminário promovido pela vereadora Noemia Rocha (PMDB). O encontro, que reuniu lideranças de diversas denominações religiosas, foi realizado no auditório do Anexo II da Câmara de Curitiba.
Noemia Rocha justificou sua iniciativa, destacando que a ideia de promover o seminário surgiu em janeiro, após o desabamento do teto da Igreja Renascer, em São Paulo. Por isso, convidou profissionais especializados na área da legislação, prevenção e segurança. Em Curitiba, existem 1.066 templos cadastrados pela Secretaria Municipal de Urbanismo.
Para o engenheiro florestal e advogado do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Ennio Santos Filho, a filosofia do órgão público é a prevenção. “O trabalho preventivo é mais importante que o de fiscalização e autuação, principalmente na questão da poluição sonora, um dos problemas mais fáceis de reversão”, disse. O palestrante detalhou o que é poluição sonora, os agentes causadores, os níveis de conforto acústico para as atividades, patologias e o controle e punição dos infratores.
A engenheira de segurança do trabalho, arquiteta e urbanista Vera Lúcia de Campos Corrêa Shebalj discorreu sobre o pós uso e inspeção técnica dos espaços. “Atitude e comprometimento são as palavras chaves para que as edificações sejam bem usadas, não oferecendo qualquer tipo de risco aos usuários”, disse. Vera comentou que toda construção tem tempo de vida útil e inspeções técnicas sistemáticas evitam acidentes. “Precisamos ter a cultura da preservação e nos habituarmos a passar por inspeções”, finalizou, acrescentando que quando ocorrem acidentes não adianta procurar culpados, pois o estrago já está feito. Preservação é o mais importante para qualquer edificação.
Zoneamento
Para o arquiteto Luiz Carlos Cheslak, da Secretaria de Urbanismo, que falou da legislação para uso de templos e uso comunitário, o mais importante é o cumprimento dos parâmetros básicos para elaboração de projetos. “As normas de zoneamento devem se observadas, assim como a taxa de permeabilidade, recuos, altura da edificação e a acessibilidade aos templos (rampas, pisos antiderrapante, plataformas de elevação). A lei deve ser seguida não só nos templos, mas em outros imóveis também.
A engenheira química Josiana Saquelli Koch discorreu sobre licenciamento ambiental, destacando que, para a atividade religiosa ao ar livre, é preciso licença para cada evento. O administrador e consultor Jerônimo Mendes analisou a administração das casas religiosas, lembrando que, como em outros negócios, os templos precisam ser administrados com planejamento.
Fonte: Bem Paraná