Rimsha Masih, a menina paquistanesa de dez anos que enfrentou a possibilidade da pena de morte ao ser acusada de insultar o islã, está vivendo no Canadá com a família. A informação foi divulgada por uma organização canadense que defende direitos religiosos.
Peter Bhatti, diretor executivo da International Christian Voice, informou ao World Watch Monitor que Rimsha e sua família estão estabelecidos na região de Toronto, com a permissão do governo canadense. A mudança para o Canadá ocorreu há cerca de um mês, conforme relatou Bhatti.
Rimsha foi presa em agosto de 2012, acusada de queimar páginas sagradas do Alcorão. Segundo relatos da imprensa na ocasião, a prisão aconteceu depois que multidões furiosas ameaçaram queimar casas de cristãos em Islamabad (Paquistão), onde sua família morava. Sua prisão provocou indignação internacional sobre a aplicação das leis anti-blasfêmia no Paquistão, o que levou o presidente do Paquistão Asif Ali Zardari a abrir uma investigação sobre o caso. Rimsha esteve a ponto de ser julgada como um adulto, até que o tribunal decretou sua minoridade.
O caso contra Rimsha ruiu depois que a polícia foi informada que o clérigo da mesquita situada na região onde Rimsha morava havia deixado as páginas queimadas na posse da garota para incriminá-la. O tribunal paquistanês finalmente retirou as acusações contra a menina, alegando falta de provas.
Em agosto, Bhatti levou uma delegação de executivos da International Christian Voice para uma reunião no Canadá com o cônsul-geral do Paquistão. De acordo com o site da organização, o encontro destinava-se a “expressar os sentimentos dos cristãos paquistaneses canadenses sobre o caso de Rimsha Masih”.
Paul Bhatti, irmão mais velho de Peter Bhatti, é ministro da Harmonia Nacional e Assuntos das Minorias do Paquistão. O irmão mais novo de Peter, Shahbaz Bhatti, era ministro federal do Paquistão para Assuntos das Minorias e ficou conhecido por criticar a maneira como as leis anti-blasfêmia do país estavam sendo usadas para marginalizar as minorias religiosas do Paquistão, inclusive os cristãos. Shahbaz foi assassinado em 2011. Na cena do crime foi encontrada uma carta que dizia que aqueles que tentassem mudar as leis de blasfêmia do Paquistão seriam mortos.
Peter Bhatti, agora um cidadão canadense, conta que vive no Canadá há mais de 10 anos. Ele entrou em contato com Jason Kenny, ministro da Imigração do Canadá, para auxiliar na mudança da família de Rimsha.
Glenn Johnson, porta-voz para a Cidadania e Imigração do Canadá, disse ao World Watch Monitor que as leis de privacidade do Canadá proíbem a revelação de detalhes sobre casos individuais.
Bhatti pôde afirmar apenas que Rimsha e sua família estão vivendo em um apartamento de três quartos e que a garota está matriculada na escola.
[b]Fonte: World Watch Monitor[/b]