A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo decidiu adotar outra referência para fazer a contagem do tempo histórico, sem precisar fazer referência ao nome de Cristo.

Segundo explicação dada pela professora Luize Coutinho em uma aula de história transmitida pelo Centro de Mídias e Educação de São Paulo, órgão da Secretaria Estadual de Educação do estado de São Paulo, a medida foi adotada porque “Cristo é uma referência religiosa e a gente sabe que nem todas as religiões têm Cristo como referência ou nem todas as pessoas têm religião”.

A resposta da professora de História pode ser vista no minuto 29:40 do vídeo, após um aluno perguntar via chat de uma aula ministrada no dia 29/07, o que seria a sigla “A.E.C”.

“Essa é uma descrição da divisão da linha do tempo, de Antes de Cristo e Depois de Cristo. A gente fez uma mudança na denominação. Ela é utilizada em alguns escritos, algumas literaturas, mas a Secretaria de Educação, em seus materiais, decidiu que vai se utilizar essa sigla A.E.C., que significa ‘Antes da Era Comum’”, disse a professora.

“A Era Comum, o que a gente conhece como ‘Depois de Cristo’. É a mesma divisão, porque a gente sabe que o nosso calendário é um calendário cristão, gregoriano, que determina que o ano 1 é o ano do nascimento de Cristo para frente. Mas como Cristo é uma referência religiosa e a gente sabe que nem todas as religiões têm Cristo como referência, e também sabe que nem todas as pessoas têm religião, a gente prefere usar esse termo que é um pouco mais neutro, mas também fica a mesma coisa”, acrescentou.

Repúdio

Compartilhado por parlamentares conservadores nas redes sociais, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o trecho do vídeo gerou críticas.

“Quando achamos que chegamos ao fundo do poço, descobrimos um alçapão. O negócio está cada vez mais acelerado .Só Deus na causa”, comentou uma usuária.

“Então pelo mesmo entendimento… a ideologia de gênero não pode ser ensinada nas escolas , pois a maioria das famílias não concordam com sexualização precoce de crianças”, disse outro usuário.

“Porque as minorias não podem ser ‘ofendidas’ mas a maioria pode ser ofendida continuamente?”, questionou outro usuário.

Surpreendentemente, na própria publicação do vídeo da aula no canal do Centro de Mídias, uma mensagem escrita pela professora Luize parecia tentar explicar melhor a polêmica, mas acabou aumentando as dúvidas sobre o posicionamento da Secretaria de Educação de SP.

“Os termos a.C. (Antes de Cristo) e d.C. (Depois de Cristo) são os mais utilizados no Brasil e são o padrão da Seduc para construção dos materiais didáticos, assim como nos livros paradidáticos e de literatura adquiridos para as unidades escolares. Qualquer fala ou texto que utilize outras siglas para nomear o conceito não representa o posicionamento institucional da Seduc”, diz a nota.

Fonte: Guia-me

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