A seita radical islâmica Boko Haram deu um ultimato de três dias aos cristãos para deixarem o norte da Nigéria, de maioria muçulmana.
A seita ameaçou combater as tropas do governo nas regiões onde foi decretado o estado de emergência, informou o líder do grupo, Abul Qaqa.
“Pedimos que os nossos irmãos muçulmanos do sul (de maioria cristã) voltem para o norte porque temos provas de que serão atacados”, acrescentou o líder.
O presidente Goodluck Jonathan chegou a decretar estado de emergência no final do ano em várias regiões da Nigéria, onde os ataques da seita fizeram centenas de mortos.
Uma onda de atentados a igrejas cometidos no dia de Natal deixou 49 mortos. A seita Boko Haram, que quer impor um Estado islâmico na Nigéria, assumiu a responsabilidade pelos ataques.
O porta-voz do grupo extremista também criticou a visita, no sábado, do presidente Jonathan a uma igreja da periferia de Abuja, alvo do pior atentado do dia 25 de dezembro, com uma explosão que matou 44 pessoas ao final de uma missa.
“O presidente nunca foi as lugares onde morreram muçulmanos”, disse o porta-voz do Boko Haram, numa alusão a dezenas de muçulmanos mortos durante confrontos pós-eleitorais, em abril.
Os bispos católicos da Nigéria pediram no sábado que o presidente recorra a especialistas estrangeiros para ajudar as forças de segurança na luta contra a Boko Haram, num país dividido entre um norte pobre, com dominação muçulmana e um sul mais rico, sobretudo cristão e animista.
A Boko Haram, que diz ser a representante taleban no país, assumiu inúmeras ações, entre elas o atentado suicida de agosto de 2011 contra a sede da ONU em Abuja, que fez 25 mortos.
A Nigéria, o país mais povoado e primeiro produtor de petróleo da África está minado por vários episódios de violência, atribuídos aos islamitas da Boko Haram.
[b]PATRULHAMENTO[/b]
Em Maiduguri (nordeste), centro das violências atribuídas à seita, os moradores multiplicam o patrulhamento, para evitar as ações cada vez mais sofisticadas.
Os soldados chegam a entrar nas casas à procura de armas e de bombas e pedem às pessoas que informem se observarem qualquer comportamento diferente, inclusive veículos abandonados que poderiam esconder explosivos.
O presidente Johathan viu-se obrigado a anunciar o fechamento das fronteiras nas regiões mais atingidas pela violência, numa tentativa de controlar atividades terroristas –medidas relacionada aos limites do país com o Níger, a República dos Camarões e o Chade.
[b]Fonte: Folha.com[/b]