Quando quase 2,5 milhões de pessoas reuniram-se, em São Paulo, neste ano, para a maior parada gay do mundo, a celebração serviu para lembrar os candidatos à Presidência do peso político cada vez maior dos homossexuais.

Apesar de ser o maior país católico do mundo, o Brasil é bastante liberal em termos de comportamento sexual e mostra-se cada vez mais tolerante com o homossexualismo.

Até o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, um católico praticante, apóia o projeto de lei, atualmente parado no Congresso, que legaliza a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Essa postura lhe rendeu algum apoio entre os gays que compareceram à parada, mas, segundo as organizações de defesa dos homossexuais, a maior parte deles prefere o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Eu diria que 95 por cento dos gays vão votar em Lula”, afirmou Luiz Mott, 60, fundador do Grupo Gay da Bahia, que defende os direitos dos homossexuais. Ele estima que o número de homens e mulheres homossexuais no país chegue a 18 milhões.

Muitos gays suspeitam de Alckmin por causa de suas supostas ligações com o grupo católico conservador Opus Dei, disse Mott. O ex-governador nega pertencer ao grupo.

Apesar de os candidatos à Presidência terem reconhecido a importância do voto gay, mostraram-se cuidadosos ao equilibrar seu apoio aos homossexuais com as exigências da Igreja Católica, cujos clérigos podem influenciar o voto de seus paroquianos. Lula e Alckmin, embora apóiem a união civil, evitaram dar apoio ao casamento pleno entre homossexuais.

O governo Lula trabalha em um programa que seria custeado por 15 ministérios e teria por objetivo combater a homofobia e a violência contra os gays.

Grandes grupos brasileiros de homossexuais masculinos deram apoio a Lula, mesmo depois de o presidente, que gosta de fazer piadas, ter dito certa vez que a cidade de Pelotas poderia expandir sua economia exportando “veados”

Fonte: Reuters

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