Contrariando a vontade da Casa Branca, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (22) um projeto de lei que prevê a criação de um fundo de US$ 165 bilhões para o Iraque e Afeganistão este ano, mas que corre risco de ser vetado pela inclusão de medidas de caráter interno.
Diretamente de Fort Bragg, na Carolina do Norte, o presidente americano, George W. Bush, pediu que o Congresso envie para seu escritório um projeto de lei de fundos para a guerra “responsável”, que não deixe as mãos dos comandantes atadas.
Com 70 votos a favor e 26 contra, o Senado aprovou o fundo extra para as operações militares no Iraque e Afeganistão, necessários para que o Pentágono evite a demissão de funcionários civis e outros cortes.
Em uma manobra política, os senadores acrescentaram à iniciativa vários projetos internos muito populares e que costumam somar pontos políticos em anos eleitorais.
Assim, a iniciativa inclui uma ampliação dos benefícios de educação e desemprego para os veteranos de guerra – algo que inclusive contou com o apoio de legisladores republicanos.
A parte interna da iniciativa contou com 75 votos a favor e 22 contra, e inclui fundos para uma série de projetos como os de infra-estrutura para os estados de Mississippi e Louisiana.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, se queixou da estratégia de “tudo ou nada” que costuma ser utilizada pelos legisladores quando querem a aprovação de medidas.
A medida aprovada pelo Senado passa agora pela Câmara de Representantes que, após o recesso legislativo da próxima semana, deverá decidir se submete à votação este projeto de lei ou se o integra à versão aprovada na quinta da semana passada.
Este documento não inclui fundos para a Guerra do Iraque e pede a retirada paulatina dos soldados para os últimos meses de 2009.
Em todo caso, a Casa Branca deixou claro que o presidente Bush vetará qualquer projeto de lei que condicione a condução da guerra ou que, através de despesas domésticas não relacionadas, infle o montante original solicitado por ele no começo do ano.
Fonte: Folha Online