A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios que investigue o caso que envolve o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e uma denúncia de violência e assédio sexual que ele teria cometido contra uma jovem de 22 anos, militante do PSC e dona de um canal religioso no Youtube.
Encaminhado ao procurador-geral Leonardo Roscoe Bessa, o documento pede que o caso seja esclarecido alegando que a denúncia é “mais um caso de assédio de assédio sexual, praticado por figura tida como zeladora de direitos e garantias individuais, mais uma demonstração do cenário machista que compõe nosso parlamento e sociedade”, diz o documento encaminhado ontem ao MPF.
O caso envolvendo a jovem Patrícia Lélis, 22 anos e o pastor ganhou mais um capítulo na noite de ontem. Depois da denúncia ter sido publicada no final de julho pela coluna Esplanada e de vir à tona supostas mensagens de whatsapp trocadas entre Patrícia e o pastor, a jovem publicou ontem no fim da tarde nas redes sociais dois vídeos desmentindo a acusação e inocentando Feliciano.
No entanto, a mesma coluna responsável pela denúncia, publicou ontem à noite um áudio de 28 minutos de uma suposta conversa de uma conversa de Patrícia com um homem que seria o chefe de gabinete de Feliciano, Tauna Bauer. “Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri e diz: ‘Passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas”, disse Patrícia.
Na gravação, o homem pressiona para que ela não faça a denúncia. “No partido, ele já tem que pedir perdão”, afirma o homem, alegando que esse áudio é falso e que já foi desmentido por Patrícia em seu Facebook. A coluna Esplanada, assinada pelo jornalista Leandro Mazzini, garante que toda a história é verdadeira e também que o áudio e todas as conversas divulgadas por ele foram entregues pela própria Patrícia.
No gabinete do deputado, o telefone não atende. Pelo Facebook, Feliciano não se manifestou diretamente sobre o caso. Publicou apenas uma frase onde diz que para os amigos não precisa explicação, para os inimigos não precisam de explicação e “o silêncio e o tempo se encarregam de tudo”. Nessa postagem, que já tem quase 800 comentários, muitos manifestam apoio ao deputado, mas há também muitas críticas e cobranças de explicações.
A assessoria do deputado ainda não se manifestou sobre o caso.
[b]De joelhos, Feliciano pede a Deus para ‘expor a verdade’ sobre acusação de estupro[/b]
Ao saber das acusações de que teria assediado sexualmente a estudante Patricia Lelis, de 22 anos, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) teria se “ajoelhado em orações pedindo a Deus para expôr a verdade”. O relato foi feito ao Estado de Minas pelo chefe de gabinete do parlamentar, Talna Bauer.
De acordo com ele, que se diz cristão como o patrão, Deus atendeu o pedido de Feliciano, e nesta tarde de quarta-feira, a estudante postou dois vídeos no Youtube em que desmente as acusações.
Em um deles, Patrícia Lelis nega que tenha sido estuprada ou assediada por Feliciano. De acordo com ela, o pastor e parlamentar é “muito bacana” e que nunca teve nenhum problema com ele. “O pastor Marco Feliciano é uma pessoa muito bacana. Nunca tive menor melhor problema com ele. Pelo contrário é um homem muito abençoado que sempre me ajudou em momentos difíceis, me aconselhou e eu nunca tive nenhum tipo de problema com ele”.
Ela diz ainda que os prints das conversas entre os dois no whatsApp são “infantis” e poderiam ter sido feitos por “uma criança de 5 anos”. “Vocês (jornalistas) estão mentindo, está em época de eleição e o que vocês querem é destruir a direita, mas não é assim que vocês vão conseguir”, diz ela, que tece elogios ao pastor.
Em nota, Feliciano admitiu que conhece a moça, que milita no PSC e é uma “grande lutadora contra o aborto e a favor das causas sociais”. Ainda segundo Bauer, a jovem é como uma “filha” e teria sido manipulada “por alguém”. “Mas graças a Deus ela acordou”, disse o chefe de gabinete.
O deputado diz ainda que tem uma “honra ilibada” e que tais acusações são “descabidas”. “Não quero acreditar que seja mais uma tentativa da imprensa de me expor negativamente, por algo que não fiz e não sou”.
[b]Redes sociais
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Ao longo do dia, Marco Feliciano não tocou no assunto nas redes sociais, mas em vários posts em seu Facebook deu “indiretas”. Em um deles, afirmou que “Aprenda a regozijar em meio a perseguição, pois grande será a nossa recompensa no Senhor”. As acusações contra Feliciano renderam centenas de comentários e bate-boca entre os internautas.
[b]Fonte: Estado de Minas[/b]