Após reunião com Serra (PSDB), o pastor evangélico Silas Malafaia (foto), promete voltar a usar o chamado “kit gay” para “arrebentar” o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, apoia José Serra (PSDB), que disputa o segundo turno com o petista.

O líder religioso, que tem base no Rio de Janeiro, esteve ontem na capital paulista para se reunir com o tucano e com o pastor Jabes de Alencar, presidente do Conselho de Pastores de São Paulo.

Segundo Malafaia, Serra lhe agradeceu o apoio recebido no primeiro turno, quando ele fez um vídeo em que pedia votos ao candidato do PSDB e ligava Haddad ao kit anti-homofobia.

O material, que foi apelidado de “kit gay” pelos evangélicos, é uma cartilha contra a homofobia que seria distribuída em escolas pelo Ministério da Educação em 2011, na gestão Haddad. A presidente Dilma Rousseff suspendeu a distribuição após protestos de religiosos no Congresso Nacional.

“O Haddad já está marcado pelos evangélicos como o candidato do ‘kit gay’. Não vamos dar moleza para ele”, disse Malafaia, após o encontro com Serra e Alencar, que também apoia o tucano.

“Haddad pode até ganhar, mas não com os votos dos evangélicos”, completou.

O pastor acusa o ex-ministro de ter incumbido a elaboração das cartilhas a “ativistas gays” e prometeu divulgar novo vídeo contra Haddad na próxima segunda.

“Vou mostrar um encontro dos ativistas gays dizendo no Congresso Nacional que pegariam em armas contra os religiosos e dizer que é isso que ele está apoiando. Vou arrebentar em cima do Haddad.”

No Twitter, Malafaia posta desde domingo mensagens pedindo votos no segundo turno em “Serra 45” contra “Haddad, autor do kit gay”.

[b]OFENSIVA[/b]

A campanha de Serra busca o apoio de igrejas que apoiaram Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) no primeiro turno. Muitas delas não veem a cartilha contra a homofobia como determinante para a escolha do candidato.

A Assembleia de Deus Ministério Santo Amaro,que apoiou Russomanno, abriu negociações com PT e PSDB. O presidente de seu conselho político, pastor Renato Galdino, diz que discutir a cartilha “não tem nada a ver”.

“Não tem que mexer com situação moral. O Haddad é pai de família, temos que respeitar.” Galdino diz que apoiará quem fizer uma campanha “igual à do Russomanno, sem ataques pessoais”.

Porta-voz da Renascer em Cristo, o ex-deputado Bispo Gê (DEM-BA) diz que a cartilha não é “tão relevante” e não deve influenciar sua igreja, que apoiou Russomanno e agora tende para Serra.

Alinhada com o prefeito Gilberto Kassab (PSD), a Renascer fez campanha para três candidatos a vereador da chapa que apoia o tucano.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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