O bispo Paride Taban, bispo emérito da diocese Tori no sul do Sudão entregou recentemente uma mensagem para a delegação das Nações Unidas (ONU), na tentativa de expressar como é crucial que o referendo sobre o futuro da região do sul do Sudão, previsto para dia 09 de Janeiro, ocorra pacificamente e com integridade, tendo seus resultados respeitados por todos.
“Quando o massacre em Ruanda aconteceu, vocês disseram que ninguém informou ou que ninguém avisou. Agora estamos aqui dizendo o que poderá acontecer no Sudão, estamos avisando a vocês”, disse na mensagem a ONU.
Caso ocorra, o Sudão entraria em um tempo de paz e prosperidade como nunca antes em meio século de independência.
A dúvida paira no Sudão sobre o que acontecerá se os resultados do referendo forem disputados ou os anseios expressados pelo povo não forem respeitados. A história não traz bons referenciais e trazem preocupações.
Um tratado, o Acordo Compreensivo de Paz (sigla em inglês, CPA),u foi assinado em 2005 quando terminaram os conflitos. A parte central do CPA é o referendo futuro no qual os sulistas poderão votar entre permanecer como parte do Sudão ou formar um país independente.
Muitos temem que se o referendo não for conduzido livre e justamente, o mundo poderá ter outra Ruanda em suas mãos.
A descrição simplista de conflito – entre o norte islâmico versus o sul cristão – não é acurada. Há muitos muçulmanos no sul e muitos cristãos no norte. O que o CPA reconhece é que os sudaneses do sul também têm o direito de escolher o seu próprio futuro.
[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]