O Talibã garantiu nesta sexta-feira, 10 de agosto, que os 21 reféns evangélicos sul-coreanos que continuam em poder do grupo não serão executados até que aconteça o encontro com a delegação de Seul para discutir a liberação deles.
O porta-voz do Talibã, Qari Yousef Ahmadi, disse que as negociações continuam por telefone. “Até que seja possível nos encontrarmos para negociar, não planejamos matar nenhum refém coreano”.
Os radicais ameaçaram por diversas vezes matar mais reféns caso o governo afegão não atendesse aos pedidos do grupo. O Talibã e representantes da Coréia do Sul concordaram em encontrar-se para tentar negociar a liberdade das vítimas. Porém, nenhuma das partes conseguiu estabelecer um lugar para a reunião até agora.
O governo sul-coreano, entretanto, emitiu um alerta para que organizações humanitárias deixem o Afeganistão até o final do mês por questões de segurança, confirmou um oficial da Embaixada da Coréia do Sul em condição de anonimato.
Oari Ahmadi defendeu a iniciativa de Seul de retirar os missionários e disse ainda que acredita que a medida ajude nas negociações com o Talibã. “A retirada de voluntários terá um efeito positivo no processo das negociações, já que a saída dos coreanos do Afeganistão é parte das nossas exigências”.
Os 23 sul-coreanos foram capturados no último dia 19 de julho na província afegã de Ghazni, no maior seqüestro de um grupo estrangeiro no Afeganistão desde a queda do regime Talibã.
O líder dos reféns, o pastor Bae Hyung-kyu, foi o primeiro a ser assassinado pelos rebeldes. Posteriormente, o governo da Coréia do Sul confirmou que um segundo refém foi morto: Shim Sung-min, de 29 anos, que era ex-empregado de uma empresa de tecnologia. Pelo menos 18 dos reféns são mulheres.
Líderes religiosos fazem apelo
Aproximadamente 50 sul-coreanos budistas e líderes religiosos cristãos emitiram na última terça-feira uma declaração dizendo que esperam a liberação segura dos coreanos seqüestrados “e sem mais vítimas”.
Os líderes religiosos que assinaram a declaração representam as seguintes associações: a Federação Nacional Católica para a Justiça, a Organização de Ação Cristã na Coréia, o Comitê para Justiça e Paz do Conselho Nacional de Igrejas na Coréia, o Fórum de Ambiente e Religião, a Associação Budista para a Reforma Social e a Sociedade de Jungto de Budismo.
Parentes protestam
Amigos e parentes de um dos voluntários sul-coreanos assassinados pelos talibãs marcaram presença num serviço religioso na cidade de Bundang, no último domigo, onde centenas de pessoas oraram pela libertação dos seqüestrados.
“Se as crianças puderem voltar para casa em segurança nós comunicaremos ao mundo a situação dolorosa em que vive o povo afegão e faremos de tudo para ajudar”, disse Seo Jung-bae, que tem um filho e uma filha no grupo de sul-coreanos seqüestrados.
Fonte: Portas Abertas