A Igreja Johanneskirche em Colônia é uma das cerca de duas mil comunidades luteranas da Alemanha que se transformaram em palco da transmissão dos jogos durante a Copa do Mundo na Alemanha.

Até 9 de julho, dia do encerramento do Mundial, a igreja fica aberta não só aos paroquianos, mas a toda a comunidade de fãs.

“Tivemos um Mundial na Alemanha pela última vez há mais de 30 anos. A Igreja não pode ignorar um evento destes”, disse o pastor Martin Garbisch. “Um torneio de futebol é uma festa, cada partida envolve muitas emoções, muitas vezes até euforia. Queremos dar oportunidade aos membros da comunidade para que vivenciem estes momentos.”

Além disso, futebol e religião têm muito em comum, assinala Garbisch. “Muitos jovens idolatram seus jogadores preferidos. Desde o jogo entre Alemanha e Polônia, David Odonkor, da seleção alemã, por exemplo, passou a ser chamado de ‘deus do cruzamento’, por ter servido o artilheiro Neuville”, observa.

Não só para famílias

A iniciativa foi bem recebida pelos membros da paróquia. Cerca de 100 pessoas assistiram ao jogo de abertura da Copa na Johanneskirche. A partida da da seleção alemã contra o Equador, na terça-feira, chegou a ter até mais visitantes. “Não contávamos com tamanho público, pois o jogo foi à tarde”, admira-se o pastor.

Stefan, de 37 anos, trouxe um amigo para ver a partida, cuja vitória valeu à Alemanha a liderança do Grupo A. “Estou aqui por curiosidade. Um colega me contou desta possibilidade e vim para ver como é. Já assisti a jogos em muitos lugares: no estádio, no bar, no centro da cidade. Mas numa igreja é algo especial”.

Outra espectadora, Nicole, já veio pela segunda vez. Como muitas outras famílias, ela trouxe o filho. “Meu marido é policial e por isso durante a Copa quase sempre faz plantão . Não gosto de ir com a criança ver o jogo em um bar ou numa praça cheia de gente. Na igreja é mais seguro e as crianças gostam”, comenta.

Cerca de 20 crianças acompanharam a partida na primeira fileira, sem dispensar as salsichas e o pão típico pretzel. O torcedor mais jovem tinha um ano de idade.

Otimistas apostaram certo

Anika, de sete anos, foi a única a acertar o palpite em relação ao placar final: 3 x 0 para os alemães. Na realidade, foi seu segundo palpite. Da primeira vez, ela havia apostado que a Alemanha venceria por 10 a 0, mas mudou de idéia porque os “adultos riram muito”.

Nem todos se alegraram com a vitória. “Vencer o Equador não é grande mérito”, diz um dos torcedores que acompanhou o jogo na igreja. “Qualquer clube amador os derrotaria”, completa. Mas Stefan contesta. Ele está satisfeito com a apresentação dos alemães.

“Nossa equipe venceu, pois jogou bem. Teve bom controle de bola e atacou constantemente. Não há o que criticar porque nos jogos anteriores o Equador mostrou que é um adversário forte”.

Fonte: DW – WORLD

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