Jonatas Leonio. (Foto: Captura de tela/YouTube JesusCopy)
Jonatas Leonio. (Foto: Captura de tela/YouTube JesusCopy)

De acordo com a Psicologia, o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns que existem na atualidade.

O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês), da Associação de Psiquiatria Americana, explica que a principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

O cristão passa por isso? De acordo com o psicólogo e especialista em Neuroteologia, Jonatas Leonio, “Sim”. Em sua conversa com Douglas Gonçalves, do JesusCopy, no quadro “DivinaMente”, na última quinta-feira (29), ele disse que o caso tem sido cada vez mais frequente em seu consultório.

Ele explica que há 3 tipos de ansiedade: “A ansiedade enquanto emoção (1), o que não é problema nenhum. A ansiedade como estilo de vida (2) que busca ter o controle da própria vida nas mãos, mas Jesus disse ‘não andeis ansiosos por coisa alguma´. E tem o transtorno de ansiedade (3), que é uma doença, uma condição clínica com uma série de síndromes”.

O que é TOC Religioso?

“O TOC é um dos transtornos da ansiedade que beira o insuportável. O TOC religioso gera pensamentos contra a religião, a fé ou a crença da pessoa. Ela não quer pensar aquilo, mas pensa constantemente”, disse.

Que tipo de pensamento? “A pessoa pensa contra Deus e sente que blasfemou contra o Espírito Santo”, disse ao esclarecer que, muitas vezes, a pessoa diz até palavrões em seus pensamentos.

“Tenho pacientes que relatam que, sempre que pensam em Deus, a imagem é xingando Ele e até com conteúdos sexuais e blasfemos”, revelou.

“A Igreja não sabe lidar com esse problema”

“O sofrimento de quem tem o TOC religioso é imenso porque se os pensamentos são contra Deus, para quem ela vai correr? Então, elas correm de Deus, se afastando Dele e isso causa um prejuízo na fé”, disse Leonio ao mencionar que existem casos que chegam ao suicídio.

O psicólogo explica que a Igreja ainda não sabe lidar com esse tipo de problema, pois a primeira conclusão é de que a pessoa está sendo atacada pelo diabo. “Eles só pensam em expulsar os demônios”, apontou.

O TOC gera pensamentos repugnantes. Ele também esclarece mais sobre os termos do TOC: “Transtorno é aquilo que causa um sofrimento e ocorre quando a pessoa “deixa de funcionar adequadamente”.

Obsessão é um pensamento, estímulo ou imagem que chega de forma invasiva, ou seja, “a pessoa não quer pensar aquilo, mas não consegue evitar. É algo constante, involuntário e desagradável”, esclareceu.

Compulsão, por sua vez, é um mecanismo de defesa que tenta aliviar o pensamento obsessivo. “A pessoa age para aliviar aquele pensamento. Por exemplo, tranca a porta várias vezes, quando a obsessão gera insegurança”, explicou.

Ele disse que “achava que isso era algo raro na Igreja” até que começou a atender um número cada vez maior de cristãos em “sofrimento absurdo” como ele descreve. “O TOC religioso é muito desconhecido de quem sofre e ainda mais desconhecido da Igreja”, continuou.

“É muito importante falar sobre isso”

“Há muitas pessoas sofrendo com isso [TOC religioso] e não sabem com quem falar, porque é muito constrangedor para elas. Por isso, é muito importante tocar nesse assunto”,

Como reagir e como acolher essas pessoas? “O primeiro passo é reconhecer que o problema existe e que é um transtorno. Devemos oferecer apoio espiritual e tratamento adequado, psicológico e psiquiátrico”, disse ao mencionar que o medicamento é administrado em muitos casos.

“São conexões cerebrais que não estão funcionando adequadamente, por isso é necessário administrar o que chamo de 3 T´s — Tratamento medicamentoso, Terapia e uma boa Teologia”, disse.

Quanto à Teologia que o psicólogo indica, é por ela que os medos instalados na mente são ressignificados e o entendimento acontece.

O que alimenta o circuito do TOC

De acordo com Leonio, há duas “vitaminas” que alimentam o circuito do TOC: culpa e medo. “Então, trabalhar em cima da culpa e do medo, trazendo entendimento do que é o transtorno e mostrando que Deus está presente no ambiente de tratamento, faz com que a cura aconteça”, garantiu.

“Tem tratamento, o problema é que as pessoas demoram, em média, 10 anos para procurar ajuda, segundo as estatísticas”, alertou.

“Eu sempre recomendo às pessoas, busquem ajuda profissional. Você não precisa se afastar de Deus, muito pelo contrário, você pode se aproximar ainda mais Dele. Busque o tratamento para mudar a sua vida”, concluiu.

Fonte: Guia-me (Cris Beloni)

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