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Já era notório que, cada vez mais, as igrejas tomavam conta da programação da TV brasileira. Porém, ainda faltava um estudo conclusivo que desse a dimensão correta do fato.

Nesta quinta-feira (16), a Ancine (Agência Nacional de Cinema) divulgou dados completos sobre a proporção das vendagens de horários nas redes VHF e UHF pelo Brasil afora. O estudo mostra que uma a cada cinco horas de horário de programação na TV brasileira são vendidas às igrejas.

No dado percentual, são exatos 21,1% da programação, contabilizando as dez redes de maior audiência na TV aberta – Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, Gazeta, Rede Brasil, Record News, CNT e IdealTV (a antiga MTV Brasil, fechada em 2013).

Nas cinco principais redes, a campeã de venda de horários, como já era de se esperar, é a RedeTV!. Atualmente, as igrejas ocupam quase metade de sua programação. São 43,4% de sua grade vendida apenas para a Igreja Universal do Reino de Deus, e 6,1% para outras agremiações.

Em segundo lugar aparece a Record, que vende suas madrugadas para a Universal desde que ela foi comprada por Edir Macedo. Atualmente, são 21,7% da grade de programação do canal. Em terceiro está a Band e em quarto lugar aparece a Globo, que cede uma hora de seu domingo para a igreja católica, exibindo a “Santa Missa”.

Sem nenhum horário vendido, aparece em último lugar o SBT, que não adota esta prática na cabeça de rede e nem pensa em fazer isso.

Entre as redes de menor expressão e que atuam no UHF, a campeã é a CNT, que vende 90% de sua programação diária para a Igreja Universal do Reino de Deus. Em segundo lugar está a IdealTV, antiga MTV Brasil, que vende 70% para a Igreja Mundial do Poder de Deus, pertencente à Valdemiro Santiago. Em terceiro aparece a Rede Brasil, com 30% da programação na mão das igrejas.

CNT e a IdealTV vivem situação curiosa. O regime delas é praticamente de subconcessão, quando os donos da emissora abrem praticamente mão de investir e decidem locar toda sua programação. Atualmente, a CNT tem 22 horas de IURD e apenas duas horas de programas próprios. Já a Ideal TV tem 19 horas de telecultos, contra cinco horas de atrações. Essa prática, na teoria, é ilegal, mas não existe uma legislação clara à respeito.

Existem projetos de lei para regulamentar o assunto, mas todos são barrados na Câmara Federal pela bancada evangélica, que teme que isso diminua a penetração da igreja evangélica nos meios de comunicação, o que acontece com cada vez mais veemência.

[b]Fonte: Na Telinha – UOL[/b]

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