Em sua primeira entrevista coletiva como secretário-geral eleito do Conselho Mundial de Iglesias (CMI), o pastor luterano Olav Fykse Tveit, destacou que o mandato de Jesus para que “todos sejam um” é o fundamento e o objetivo do organismo ecumênico internacional.
Para consegui-lo, o CMI conta com dons únicos: uma sólida tradição de serviço, uma capacidade de alcance mundial graças a suas igrejas membros, e um talentoso pessoal. Com tais dons o organismo que reúne ortodoxos, anglicanos, evangélicos e protestantes deve encarar os desafios urgentes pendentes no mundo.
Tveit foi eleito pelo Comitê Central do CMI, reunido em Genebra de 26 de agosto a 2 de setembro.
Na análise do pastor luterano norueguês, as finanças no mundo é um tema moral, e um dos desafios a vencer é a injustiça econômica. “O paradigma da economia mundial que domina em nosso mundo marca as vidas das pessoas e das comunidades”, frisou.
No movimento ecumênico, agregou, é preciso falar mais sobre as divisões Norte-Sul, destacando que as divisões não são só geográficas. “Elas também se expressam ao interior de nossos países, entre ricos e pobres em nossas sociedades”, disse.
Para Tveit, “as igrejas têm um grande potencial para derrubar essas barreiras e devem chegar a um entendimento comum sobre como enfrentar a injustiça econômica.”
Outro desafio, apontou, é o aprofundamento das relações ecumênicas. “Evangélicos e pentecostais começam a se abrir à concepção de que responder às necessidades de nossos semelhantes não é fazer política, senão responder ao chamado a preocupar-nos com o nosso próximo”, enfatizou.
O recém eleito secretário-geral do CMI definiu a solidariedade entre cristãos como outra prioridade da época. “Os cristãos também são parte dos que sofrem neste mundo, assim que o nosso acompanhamento na defesa de seus direitos é importante.”
Quanto ao diálogo inter-religioso, Tveit disse que hoje essa é uma tarefa especialmente importante em relação ao Islã. Ele mencionou as experiências positivas que vivenciou na Noruega na qualidade de moderador do grupo de contato entre a Igreja Luterana da Noruega e o Conselho Islâmico do país.
A premissa ao diálogo é simples, disse: “Ver uns aos outros como seres humanos, e todas as religiões nos chamam a isso”.
Fonte: ALC