O país com o maior grau de laicicismo em toda a América do Sul, já que a separação entre a Igreja e o Estado é total, tornou-se, nesta quinta-feira, 27, no primeiro país da América Latina em legalizar a união civil entre homossexuais.
O Uruguai transformou-se na quinta-feira, 27, no primeiro país da América Latina em legalizar a união civil entre homossexuais. A lei que a autoriza foi promulgada pelo presidente Tabaré Vázquez, um socialista moderado que chegou ao poder em março de 2005. Vázquez rubricou a lei que consagra as uniões concubinárias de pessoas de diferente ou do mesmo sexo.
A norma, que semanas atrás foi aprovada pelo Senado e a Câmara de Deputados, garante direitos e obrigações a casais que demonstrem uma convivência superior a cinco anos sem interrupções.
Com esta lei, um cônjuge homossexual poderá contar com direitos de herança, pensões por falecimento, assistência recíproca e criação de sociedade de bens, além de diversas disposições vinculadas à segurança social.
O Uruguai, ao longo de sua História, foi um país de vanguarda em leis sociais. As uruguaias foram as primeiras mulheres na História da América Latina que puderam exercer o direito ao voto, em 1932.
Além disso, o Uruguai foi o primeiro a conceder o divórcio, em 1907, sete décadas antes do Brasil e oito antes da Argentina. O país também aplica o maior grau de laicicismo em toda a América do Sul, já que a separação entre a Igreja e o Estado é total. Nos hospitais públicos e escolas está proibida a colocação de crucifixos. Os uruguaios também estão debatendo há meses o fim da penalização do aborto. Diversas pesquisas indicam que 60% dos uruguaios concorda com a realização de abortos.
Até esta semana, a união civil entre homossexuais somente era permitida em algumas cidades da região, tal como Buenos Aires. Mas, nenhum país da América Latina havia oficializado o casamento homossexual em toda a extensão de seu território. Em alguns países da região, como a Venezuela governada por Hugo Chávez, a discussão sobre leis de despenalização do aborto ou a legalização do casamento homossexual estão totalmente descartadas pelas autoridades.
Fonte: Estadão