Larissa Avilez
Gazeta Online
A pavimentação do pátio da Igreja Presbiteriana Ágape, em Marilândia, no Noroeste do Estado do Espírito Santo, virou alvo de uma investigação.
A obra estaria sendo feita por servidores públicos em horário de trabalho, com material da prefeitura e a mando do secretário municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos, segundo os funcionários disseram em depoimento à polícia.
O flagrante da situação aconteceu na última terça-feira (20), por Fabriano Peixoto, presidente da Associação dos Servidores Efetivos Municipais de Marilândia (Aspemm).
“Estava a caminho de casa quando vi que tinham servidores da prefeitura trabalhando na igreja. Estranhei e perguntei o que estava acontecendo e quem tinha mandado eles fazerem aquele trabalho”, contou.
Em seguida, Peixoto acionou o Legislativo Municipal. Atual primeiro-secretário da Câmara de Marilândia, Adilson Reggiani (DEM) compareceu ao local e constatou a irregularidade.
“Conversei com os três funcionários que estavam lá, uniformizados e em horário de trabalho. Eles confirmaram que estavam trabalhando lá a mando do Executivo desde o dia anterior”, explicou.
A Polícia Militar e a Polícia Civil, então, foram acionadas e todos os servidores foram levados para a 15ª Delegacia Regional, em Colatina, para prestar depoimento.
No testemunho, segundo a polícia, eles disseram que estavam lá a mando do secretário municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos, Emílio Gava, e que, além de sua mão de obra, estavam empregando material da prefeitura.
De acordo com o delegado Everton Mauro, um inquérito policial foi aberto para investigar o caso e uma perícia deve ir ao local da obra para verificar o emprego de recursos públicos na obra.
A suspeita, segundo ele, é de peculato, crime que se caracteriza pelo desvio ou subtração de bens públicos – incluindo mão de obra – em benefício próprio ou alheio.
O secretário de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos, Emílio Gava, também deve ser intimado a depor, assim como as pessoas citadas nos depoimentos prestados. O caso seguirá sob a Delegacia de Marilândia.
O outro lado
Por meio de nota, a Prefeitura de Marilândia informou que não executou nenhuma obra na igreja e que não houve utilização de materiais públicos.
No entanto, confirmou que a Secretaria de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos cedeu servidor para auxiliar na alocação de blocos de concreto no pátio, por causa do atuante trabalho social prestado pela congregação.
A equipe de reportagem da Gazeta tentou contato direto com o secretário Emílio Gava durante dois dias, no entanto ele não atendeu a nenhuma das ligações.
Fonte: Gazeta online