O Vaticano não admite que o governo chinês obrigue bispos católicos a participarem de uma cerimônia não aprovada pela Santa Sé.
O Vaticano alertou na quinta-feira o governo da China para não obrigar bispos católicos leais ao papa a participarem da cerimônia de sagração de um bispo ligado à Igreja católica estatal, que não reconhece a autoridade do Vaticano.
O padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, disse que o Vaticano ficou “perturbado” pela notícia de que o governo estaria obrigando os bispos a assistirem à sagração do novo bispo, padre Joseph Guo Jincai, na semana que vem na cidade de Chengde.
“A Santa Sé consideraria tais ações como graves violações da liberdade de religião e da liberdade de consciência”, disse Lombardi em nota.
Os católicos da China se dividem em duas Igrejas distintas: uma delas reconhece o papa e a autoridade dele para nomear os bispos; a outra é uma “associação patriótica”, com aval do Estado, que nomeia os seus próprios prelados.
As relações entre as duas Igrejas têm melhorado, o que torna surpreendente o tom duro na nota de Lombardi.
O texto diz que Guo não tem aprovação do papa Bento 16 para se tornar bispo, e que o Vaticano consideraria isso “ilícito e nocivo às relações construtivas que temos desenvolvido nos últimos tempos entre a República Popular da China e a Santa Sé.”
O Vaticano deseja estabelecer relações diplomáticas com a China, mas o governo chinês diz que uma precondição para isso seria que a Santa Sé rompesse relações com Taiwan, ilha considerada uma “província rebelde” pela China comunista.
Taiwan, cujo nome oficial é República da China, mantém relações diplomáticas plenas somente com cerca de 20 nações.
[b]Fonte: Reuters
[/b]