O jornal “L’Osservatore Romano” qualificou nesta quarta-feira de “terrorismo” as críticas ao Papa feitas por um apresentador durante o concerto celebrado em Roma como parte das comemorações do primeiro de maio.

“Atacar a Igreja é fazer terrorismo… alimentar o furor cego e irracional contra quem fala sempre de amor, do amor pela vida e pelo homem” escreveu L’Osservatore Romano.

É “vil lançar pedras contra o Papa, sentindo-se respaldado pelos gritos de aprovação da massa facilmente excitável”, assinalou.

Durante o show, o artista Andrea Rivera afirmou que a Igreja Católica local havia negado enterro religioso a Piergiorgio Welby, o tetraplégico que foi objeto de eutanásia em dezembro de 2006.

“O Papa diz que não acredita na teoria da evolução. Estou de acordo, a Igreja não evoluiu”, disse Rivera ante 400 mil pessoas que assistiam ao show tradicional do qual participaram mais de 20 grupos de rock.

“Não suporto saber que o Vaticano negou a Welby o enterro. Isto não aconteceu com os ditadores como Francisco Franco ou Augusto Pinochet”, afirmou.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi interveio, concedendo entrevista à RAI1, na qual assegurou que “os comentários foram insensatos e irresponsáveis”. No texto de hoje, L’Osservatore Romano lembra que o chefe da Conferência Episcopal da Itália (CEI), o genovês Angelo Bagnasco, recebeu nos últimos meses várias ameaças de morte. O arcebispo Bagnasco, que está com a proteção da polícia desde o início de abril, se pronunciou com fervorosa convicção contra as uniões civis de casais homossexuais.

Na sexta-feira passada, por exemplo, Bagnasco recebeu uma carta que continha um projetil e uma imagem com símbolos nazistas.

Fonte: AFP

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