Marcela Ribeiro
Do UOL, no Rio
Depois de ouvir nas últimas semana os envolvidos no caso de intolerância religiosa que aconteceram no “Big Brother Brasil 19”, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) concluiu hoje que houve preconceito por parte de Paula von Sperling contra Rodrigo França e, por isso, a campeã do reality show da Globo será indiciada.
Segundo o delegado Gilbert Stivanello na próxima quarta-feira, 24, o Inquérito Policial será enviado à Justiça que irá avaliar o caso.
“O Ministério Público agora vai pegar o relatório conclusivo, analisa todas as provas coletadas e aí o promotor irá decidir. Se ele discordar e entender que não foi crime, ele pode representar pelo arquivamento, se achar que precisa de novas diligências, retorna à delegacia para novas diligências. Se ele concordar que tem um crime, ele denuncia. Havendo a denúncia, teremos um processo crime em andamento”.
De acordo com Stivanello, se considerada culpada, Paula pode pegar até três anos de pena, que varia de um a três anos de reclusão e multa.
“Após a oitiva dos envolvidos, análise de vídeo e demais diligências realizadas, concluiu-se pela ocorrência de injúria por preconceito (art. 140 §3º do Código Penal), que acarretou o indiciamento de Paula von Sperling Viana. A Polícia Civil se pauta pelo respeito à liberdade de expressão, mas destaca que, por meio desta, não se pode violar a dignidade da pessoa humana, repudiando todo e qualquer ato ofensivo à religião, etnia, orientação sexual, procedência geográfica, etc do próximo”, diz a nota.
A vencedora do “BBB 19” prestou depoimento na tarde de segunda, 15. Ela chegou à delegacia acompanhada da irmã e sua advogada, Mônica, por volta das 16h e seu depoimento durou mais de duas horas. Paula deixou o local sem dar entrevistas e com o rosto coberto, além de cobrir as janelas do carro.
Em conversa realizada no dia 6 de fevereiro, Paula fez uma série de comentários que foram considerados preconceituosos por vários internautas. Em papo com Diego e Hariany, a sister disse ter medo de Rodrigo por ele ter contato “com esse negócio de Oxum” e garantiu: “Nosso Deus é mais forte”.
Em entrevista dada ao UOL, no início do mês, a advogada Mônica von Sperling, irmã de Paula, disse que a família estaria preparada para uma eventual denúncia de Rodrigo.
“É um direito dele, se por algum motivo se sentiu ofendido. Fico chateada apenas por conhecer a Paulinha e saber que ela jamais agiu ou agiria com o intuito de ofender alguém”, disse Mônica.
Fonte: UOL