A bancada evangélica da Câmara de Campo Grande está travando um embate difícil na tentativa de derrubar o projeto que reconhece como de utilidade pública a Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul.

Os representantes de igrejas evangélicas na Câmara de Campo Grande prometem um embate duro e união de forças para derrubar o projeto a ser apresentado pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) para reconhecer como de utilidade pública a Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul.

O projeto foi apresentado pela primeira vez pelo então vereador Athayde Nery (PPS). Em dezembro de 2008 Athayde tentou colocá-lo para votação, mas foi impedido por colegas que disseram que o projeto não tinha sido colocado na ordem do dia. Athayde não foi reeleito e quando voltou ao cargo, com a eleição de Cabo Almi (PT) para deputado, não apresentou o projeto, que ficou adormecido na Câmara.

O vereador Alceu Bueno (PSL) é um dos que promete liderar os contrários ao projeto. Ele ressalta que o problema não é com homossexuais, mas com o fato da associação querer arrecadar dinheiro para fazer apologia as atividades.

“Sou contra o ativismo. Não tem nada a ver com homossexuais, que eu tenho um grande carinho. Vou fazer de tudo para que o projeto não seja aprovado. São meus princípios e minha fé que fazem com que eu lute contra. Não fico em cima do muro e sou radicalmente contra”, declarou.

O vereador Flávio César (PTdoB) também votará contra o projeto por entender que não há nenhuma contribuição social. “Nada contra as pessoas que têm esta opção sexual. Não é este o fator. Isso é problema pessoal de cada um. Mas, é um projeto que vem na contramão do que tenho como princípio. Por este fator sou totalmente contra este projeto”, justificou.

O vereador Elizeu Dionízio (PSL) conta que em 2008, mesmo sem mandato, lutou para que o projeto não fosse votado na Câmara. Agora, ele quer ver qual será o benefício do projeto para a sociedade. “Sou evangélico da Assembleia de Deus Missões. Este projeto vai de encontro aos princípios e vou me posicionar de acordo com que a igreja passa. Vamos ter grandes embates lá dentro e terão dificuldade sim para aprovar o projeto”, avaliou.

O vereador Gilmar da Cruz (PRB) explicou que não pode dar opinião sobre o projeto porque não tem conhecimento ainda. Porém, alega que é muito consciente e não se deixará levar por preconceito religioso. “A menos que venha a ferir a nossa fé. Preciso ver o projeto para ter uma posição melhor”, concluiu.

A autora do projeto, vereadora Luiza Ribeiro, acredita que não terá problema para aprovar o projeto. Ela ressalta que a questão não é de emitir juízo de valor, mas fazer a parte que compete ao poder público.

“Ninguém está trocando de religião ou algo assim. Não adianta levar para outro caminho. Acredito que não teremos dificuldade. A questão já foi amadurecida e superada”, disse. O reconhecimento de utilidade pública garante a associação o direito de fazer convênios e conseguir recursos públicos da Prefeitura de Campo Grande. A associação já recebe apoio do Governo Federal.
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Fonte: Midia max[/b]

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