Depois de muita pressão e polêmica, o Governo de Pernambuco decidiu, cancelar a apresentação da peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”.
A obra, que faz uma releitura atual de Jesus Cristo como travesti – vivida pela atriz transexual Renata Carvalho -, estava prevista para ser apresentada na Mostra de Teatro Alternativa do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em julho.
A decisão foi anunciada através de nota assinada pela Secretaria de Cultura do Estado, que alega, para o cancelamento, “possibilidade de prejuízos das parcerias estratégicas e nobres que viabilizam o FIG. O Festival de Inverno de Garanhuns foi criado para unir e divulgar nossas expressões culturais e não para dividir e estimular a cultura do ódio e do preconceito”.
O cancelamento aconteceu após a polêmica que começou quando Izaías Régis, prefeito de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, pediu a retirada da peça da programação do festival, que chega à 28ª edição e será realizado de 19 a 29 de julho.
Diante da afirmação de que não haveria modificações, Régis declarou que não cederia o Centro Cultural de Garanhuns para o espetáculo. Em seguida, foi à imprensa defender sua posição, alegando que Garanhuns “é uma cidade cristã” e que a peça seria ofensiva a grupos religiosos. A confusão alcançou as redes sociais, dividindo opiniões.
Indignada com a possibilidade da exibição, a coordenadora da Jornada em Defesa da Família, Clarissa Tércio, também pressionou gravando um vídeo que viralizou nas redes sociais. Em pouco tempo, a postagem atingiu mais de meio milhão de visualizações e quase 30 mil compartilhamentos só no Facebook. “Fui apenas Porta-voz da imensa maioria das famílias de Pernambuco. Precisamos juntar forças para defender nossas famílias, nossas crianças e a nossa fé. Não podemos mais permitir que ridicularizem, zombem e desrespeitem símbolos religiosos. Chega! É hora de posicionamento. Estamos em guerra! É tempo de defender valores e princípios”, desabafou Clarissa que é filha do pastor Francisco Tércio presidente da Igreja Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz e diretor da Rede Novas de Paz de Comunicação.
Joana Silva, moradora do Recife, disse que recebeu o vídeo em um grupo de mães no whatsapp. “Nem sabia da existência dessa absurda peça. Escutei e concordo com a irmã que gravou o alerta. Informar é muito importante. A grande maioria da população brasileira é conservadora. Também fiz minha parte. Compartilhei logo o vídeo com outros grupos e contatos em todos os locais possíveis”, conta Joana.
Abaixo, assista ao vídeo que contribuiu para o cancelamento da peça: