As palavras foram severas mas insuficientes, na opinião das vítimas. Num comunicado publicado pelo Vaticano, o Papa qualificou como “crime hediondo e pecado grave” o abuso de crianças no seio da Igreja Católica da Irlanda. Bento XVI denunciou ainda “o falhanço das autoridades religiosas” durante anos.

As vítimas esperavam medidas concretas. Uma delas afirma: “Tenho de admitir que o Vaticano não respondeu às mínimas expectativas porque o Papa limitou-se a reduzir o caso a uma declaração. Dizer que a pedofilia é ‘um crime hediondo’ e sugerir que pode ser causada pelo ‘enfraquecimento da fé’ é simplesmente escandaloso. Vai para além do ridículo.”

Outra vítima acrescenta: “Eu esperava uma resposta positiva de Roma. Não se trata apenas de abusos dentro da diocese, mas dos abusos mais depravados contra as crianças mais vulneráveis.”

O “mea culpa” dos bispos irlandeses traduziu-se na promessa de cooperação com a justiça.

O Papa convocou 24 prelados irlandeses na sequência do escândalo de pedofilia que abalou a Irlanda. O último relatório, publicado em Novembro, revelou que a hierarquia católica de Dublin encobriu os casos durante anos para não manchar a sua reputação.

Fonte: EuroNews

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