O Ministério da Saúde do Chile, o país moralmente mais conservador da América Latina, conseguiu na quinta-feira uma vitória judicial que autoriza o fornecimento da pílula do dia seguinte a menores sem autorização dos pais.

A quinta turma do Tribunal de Recursos de Santiago revogou uma liminar da semana passada que proibia a distribuição desse método anticoncepcional a menores até o julgamento de uma ação movida por grupos que defendem a exigência de autorização dos pais.

“Parece correto, equitativo”, disse o porta-voz do governo, Ricardo Lagos Weber. “E, ao mesmo tempo, nos obriga a assumir a responsabilidade pela profunda e séria realidade de que a iniciação sexual dos jovens no Chile está ocorrendo muito prematuramente”.

O governo do Chile, onde o aborto é ilegal sob qualquer circunstância, decretou neste mês que o anticoncepcional de emergência deveria ser oferecido em ambulatórios públicos a mulheres maiores de 14 anos.

“Isso é um tapa na cara dos pais e das famílias no Chile, e infelizmente quem vai pagar por isso serão os pobres e as crianças mais novas”, disse Pablo Zalaquet, prefeito do distrito de La Florida, em Santiago, e membro da União Democrática Independente (direita).

Os ambulatórios já fornecem a pílula do dia seguinte a mulheres que desejarem, mas as menores supostamente precisam de autorização dos pais.

A iniciativa do governo sofre a oposição da Igreja Católica e de um grupo de advogados que moveram a ação. As autoridades dizem que o objetivo da polêmica medida é estender o acesso à saúde a setores menos favorecidos.

Fonte: A Tarde Online

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