Ela chegou a ser uma das três mulheres mais procuradas no Brasil. O motivo? Tráfico de drogas. Boa parte das pessoas que entram nesse universo morrem cedo. Mas, Cinthia Mara faz parte da turma que conseguiu deixar o crime e ter uma nova vida. A ex-traficante se converteu ao Evangelho e hoje ajuda pessoas que passam pelo mesmo dilema. Mas, para que ela chegasse a ser tão procurada pela polícia federal, traumas e lutas foram grande influenciadores.

“Eu tive decepções em casa, com a família, discussões com minha mãe e com meu pai. Quando eu me envolvi (com as drogas) eu tinha 16 para 17 anos. Eu tinha 12 anos quando meus pais se separaram e eu já tinha uma frustração porque eu era filha adotada. Meus pais sempre esconderam os biológicos. Cada hora era uma história diferente. Então, o fato de eu ter crescido sobre uma inverdade gerou muita revolta e com os problemas que tive em um relacionamento, fui mãe aos 15 anos. Me separei dessa pessoa e voltei para a casa dos meus pais”, contextualizou Cinthia.

“Eu estava passando conflitos dentro de casa e estava desviada dos caminhos do Senhor. Havia um rapaz que eu evangelizava. Um dia ele me ligou e eu comecei a chorar. Ele disse que poderia me ajudar”. O rapaz afirmou que tinha uma “lojinha” de drogas e apesar de achar errado, ela aceitou a “ajuda” do rapaz. “Eu me senti acolhida pelo tráfico. E esse rapaz era muito envolvido com o Primeiro Comando da Capital, o PCC. Eu visitava ele na cadeia e passei a cuidar dos negócios dele. Mas, pelo fato dele ser envolvido com o PCC, eu também acabei me envolvendo”, disse ela.

Aprisionada

“Fui presa quatro vezes. Foram quatro estados diferentes. Todas por causa de drogas. Fui presa em um laboratório fazendo drogas. Fui presa duas vezes por escuta telefônica e essa última vez também foi por escuta. Eu morava em Puerto Quijarro, na Bolívia, porque não podia mais morar no Brasil. Eu estava entre as três mulheres mais procuradas do Brasil. Como Puerto Quijarro é bem perto da fronteira, eu ficava lá no fim de semana e durante a semana eu ficava e Porto Soares. E quando eu via que tinha polícia à paisana atrás de mim, eu ficava um tempo fora. Morei muito tempo na Bolívia”, ressaltou.

“Eu fui conduzida para a penitenciária do horto florestal e lá o Senhor começou a mudar a minha vida. Quando eu cheguei, fiquei no isolamento por 30 dias, por ser presa pela Polícia Federal. Tinha uma moça que havia ficado com o bebê dela e ela tinha se convertido. Então, ela falava do Senhor para mim. Eu dizia: ‘Olha, Deus conhece meu coração’. Eu louvava para ela, pois ela estava triste por ter entregado o bebê. E achava que era hipocrisia minha. Quando eu estava na rua, traficando, eu não lembrava do Senhor. Achava hipócrita eu clamar a Deus”, reconheceu.

Libertação

“Quando completei os 30 dias de castigo, teve um evento (na cadeia) e eu fui. E tinha um pastor nessa festa, fugi dele o evento todo. Só que em um momento ele pegou no meu braço e o Senhor usou ele para falar comigo. ‘Se você for fiel a mim, eu serei fiel contigo e é aqui na terra da tua vergonha que eu vou exaltar você’. E aí eu comecei a reconciliação. Foi um processo. Meu esposo fazia evangelismo no presídio, o Senhor falou para ele que eu estava lá e nos casamos, comigo presa. Eu comecei a trabalhar na secretaria de política sobre drogas de Esmeraldas (município em Minas Gerais) e hoje eu tenho um filho. Um bebê de seis meses”, comentou.

Confira o testemunho na íntegra:

Fonte: Gospel Geral

 

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