Cristãos durante culto na Igreja dos Irmãos em Kobani, na Síria. (Foto: NBC News)
Cristãos durante culto na Igreja dos Irmãos em Kobani, na Síria. (Foto: NBC News)

O começo da guerra na Síria foi marcado por uma revolta armada em 15 de março de 2011. A guerra atingiu a comunidade cristã em cheio. 

Igrejas foram atacadas e muitos cristãos foram mortos, sequestrados ou simplesmente desapareceram, enquanto outros tiveram que fugir, deixando tudo para trás.

Nestes oito anos de guerra na Síria, para o mundo, parecia que a atividade da igreja ou mesmo a presença cristã no país não existia mais.

“Eu lembro dos rumores sobre o fechamento da nossa igreja no começo da crise”, diz o pastor de 47 anos, Abdallah, que é pai de Camelia, 13, e Joseph, 11. A igreja que pastoreia é uma das várias em todo o país que tem trabalhado nos bastidores para servir a comunidade cristã.

Ele testemunha que eles receberam muita ajuda emergencial através da Portas Abertas na Síria e a igreja estava aberta o tempo todo. “E ainda recebemos ajuda hoje”, explica o pastor.

Ele e sua esposa, Aghna, tiveram a oportunidade de sair da Síria quando a guerra começou, dois anos após eles terem assumido a igreja, em 2009. Mas juntos, eles entenderam que sua missão era fazer o que pudessem pela congregação. Por isso, permaneceram na Síria, assim como vários outros pastores e líderes cristãos do país.

Ao decidir ficar, eles se tornaram um sinal de esperança para seu povo. Ao ver o líder continuando seu trabalho, muitos membros foram encorajados a ficar também. É claro que houve tempos difíceis. Abadallah, por exemplo, não sabe o que aconteceu com três membros da igreja, que foram sequestrados pelos rebeldes por causa da fé cristã.

Ele compartilha que “até agora os homens são obrigados a ir para o exército e muitos fogem para outros países ou ficam escondidos em casa com depressão”, o que deixa as mulheres sozinhas para trabalhar e criar os filhos.

A relevância da ajuda recebida

Graças às doações dos parceiros da Portas Abertas, a igreja de cerca de 600 membros do pastor Abdallah, na Síria, tem sido ajudada. Mensalidades escolares e de faculdades são pagas; programa de futebol para crianças isoladas e acompanhamento espiritual e psicológico são alguns dos projetos realizados pela igreja. A igreja também apoia cristãos curdos ex-muçulmanos em um dos campos de refugiados em Alepo.

Os efeitos são visíveis nessa igreja ativa. Há um projeto de abrir uma clínica com a ajuda da Portas Abertas. Todos estão entusiasmados sobre isso, visto que há uma grande necessidade de cuidado médico de qualidade na cidade. Eles estão na fase de recrutar médicos bem qualificados.

O pastor Abdallah compartilha que muitas organizações estão deixando de enviar ajuda à Síria e muitos estão sofrendo com isso. A situação também não chama tanto a atenção da mídia. No entanto, através da ajuda de parceiros da Portas Abertas, o pastor diz: “Mas nossa igreja sente que não é esquecida”.

Um dos casos que mais o tocou foi o de uma mãe com três filhos cujo marido foi recrutado pelo exército. Um dia ela chegou para o pastor e disse: “Não pense que a ajuda que você nos dá não faz diferença. Agradeça aqueles que estão nos ajudando, porque faz uma grande diferença”. Hoje ele sabe que “o que pode parecer pequeno pode ter um grande impacto em outros”.

Em toda a Síria, igrejas foram apoiadas pela Portas Abertas, através das doações de parceiros desde que a guerra começou, em 2011. Através das orações e apoio financeiro, igrejas foram transformadas em Centros de Esperança. Elas puderam alimentar os famintos, vestir os necessitados, confortar os que choravam e compartilhar as boas novas com os perdidos.

A crise ainda não acabou.

Milhões de sírios continuam deixando o país e indo se refugiar em países vizinhos, enquanto outros milhões estão deslocados dentro do próprio país. A Igreja Perseguida da Síria continua contando com doações .

Fonte: Portas Abertas

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