Restos da igreja Kale Hiwot Galeto em Halaba Kulito, Etiópia, após ataque em 9 de fevereiro de 2019. (Foto: Reprodução/Steadfast Global)
Restos da igreja Kale Hiwot Galeto em Halaba Kulito, Etiópia, após ataque em 9 de fevereiro de 2019. (Foto: Reprodução/Steadfast Global)

Os tipos de perseguição que predominam na Etiópia, país africano, são a opressão islâmica, o protecionismo denominacional, a paranoia ditatorial e o antagonismo étnico (como um “bairrismo” entre as diferentes etnias presentes no país).

Apesar de a Etiópia ser um país de maioria cristã e, na verdade, um dos primeiros países cristãos do mundo, o islamismo radical está crescendo nos níveis local, regional e nacional. Principalmente em áreas rurais, onde os muçulmanos são a maioria, cristãos ex-muçulmanos são marginalizados e têm os direitos familiares negados, como herança e custódia dos filhos.

A média de pressão aos cristãos na Etiópia está em um nível alto de 10,2 pontos, muito similar ao ano anterior. Exceto pela esfera da vida da família, não há onde a pressão aos cristãos marque menos de 10 pontos, o que mostra que, apesar da Etiópia ser um país de maioria cristã, os cristãos locais enfrentam altos níveis de perseguição.

A pontuação para violência caiu 1,6 pontos, dos 13,5 do ano anterior. A principal razão para essa queda é que houve menos mortes no período de análise de 2020 (1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019).

O protecionismo denominacional se revela no fato de a Igreja Ortodoxa Etíope (IOE), reconhecida pelo governo, se opor às atividades de igrejas evangélicas, que considera como seguidores de uma religião ocidental e, assim, uma ameaça à cultura do país.

A Igreja Ortodoxa Etíope (IOE) tem um papel único no contexto da perseguição, pois ao mesmo tempo em que é perseguida, também persegue. A IOE enfrenta perseguição por parte do governo e do radicalismo islâmico. Em áreas onde o tribalismo é dominante, também há pressão sobre a IOE.

Cristãos ortodoxos estão mais concentrados nas regiões norte e central do país. Por sua vez, a IOE persegue os cristãos evangélicos, por vê-los como uma influência ocidental.

No que diz respeito à paranoia ditatorial, nos últimos anos, o governo tem se tornado mais autoritário e restringido os direitos da sociedade civil e de instituições religiosas. O governo também tem incentivado ressentimento em relação ao cristianismo entre alguns grupos étnicos. Algumas tribos exigem que os cristãos participem de confrontos tribais e sofram retaliação caso se neguem a fazê-lo – e assim se manifesta o antagonismo étnico.

Um pesquisador sobre a Etiópia relata que países muçulmanos “continuam a investir fundos consideráveis que são usados para espalhar o islã através do estabelecimento de escolas de ensino religioso, ajuda direta aos necessitados, colocando a conversão ao islã como uma condição”. Por causa de conflitos que resultaram de ações de grupos radicais islâmicos em certas partes do país, cristãos foram mortos, feridos e forçados a fugir de casa, entre outras injustiças enfrentadas.

A opressão islâmica parte de líderes muçulmanos, através de sermões e aprovação de discriminação contra cristãos. Relatos dão conta de que alguns líderes islâmicos estão envolvidos em incitar a violência contra cristãos. Assim, todas as comunidades cristãs do país enfrentam perseguição, o que varia são as fontes e os níveis em que ela se apresenta. Por isso, a Etiópia, que ocupa a 39ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2020, precisa das nossas orações.

Fonte: Portas Abertas

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