Durante o discurso inaugural em Roma, em 21 de maio, da 57ª Assembléia Geral dos Bispos italianos, Dom Angelo Bagnasco, presidente dos bispos italianos e arcebispo de Gênova, rejeitou as acusações de homofobia contra a Igreja Católica.

“É lamentável constatar que se levantam às vezes acusações de homofobia contra a Igreja e seus expoentes — disse o presidente da Conferência Episcopal italiana (CEI). Digamos serenamente que a crítica é simplesmente ideológica e caluniosa, e contrasta com o espírito e a prática de total e cordial acolhida a todas as pessoas.”

A propósito de um clima cultural hostil à Igreja Católica, Dom Bagnasco recordou que o secretário vaticano das Relações com os Estados, o arcebispo Dominique Mamberti, recentemente criticava “essa intolerância prevaricadora que induziu o Parlamento Europeu a apresentar até hoje 30 reclamações de censura contra a Igreja Católica”.

Sobre as críticas e as ofensas lançadas contra o Santo Padre por este motivo, o presidente da CEI disse: “Desejo expressar ao Papa Bento XVI a mais sentida e partícipe proximidade da Conferência Episcopal Italiana pelas surpreendentes manifestações — tão superficiais como inoportunas — com as que alguns tentaram criticar seu alto magistério”.

Com relação aos ameaçadores escritos sobre as paredes da Itália e as cartas ameaçadoras recebidas, o arcebispo de Gênova afirmou: “dirijo também ao Santo Padre, com sentimentos filiais, um especial agradecimento por suas afetuosas expressões de proximidade e de ânimo após os conhecidos episódios que me implicaram diretamente”.

O arcebispo neste momento tem de mover-se sob a proteção da polícia por causa das ameaças recebidas.

“Estas ameaças, por outro lado — afirmou — estão construídas sobre interpretações distorcidas e sobre atribuições de pensamentos nunca pensados, e que nem sequer os imediatos desmentidos e precisões serviram para declarar”, acrescentou.

Dom Bagnasco explicou que com relação ao país e ao povo italiano “os bispos renovam o gesto simples e verdadeiro da amizade. Não falamos desde o alto, nem queremos fazer assumir o papel de amos. O que nos insta é Cristo e seu Evangelho, nada mais. Nós o anunciamos como medida plena do humanismo, não para sublinhar fraquezas ou marcar derrotas, mas por uma obediência que é exigente antes que nada para nós, e que é promoção de autêntica liberdade para todos”.

“Quando apelamos às consciências — acrescentou o presidente da CEI — não é para ser intrusos, mas para recordar aqueles conteúdos substanciais sem os quais acaba a proteção última de toda pessoa, sobretudo os menos favorecidos.”

“A diferença ‘entre o que é de César e o que é de Deus’, como estrutura fundamental não só do cristianismo, mas também das democracias modernas, convence-nos de que devemos juntos, cada um no que lhe corresponde, buscar o progresso de nossas comunidades, despertando também aquelas forças espirituais e morais sem as quais um povo não pode ressurgir”, acrescentou.

“Nossa palavra não tem nunca hipocrisia — sublinhou o prelado. Com transparência, estamos ao serviço da alegria. Em nosso horizonte não há um povo triste, vazio pelo niilismo e tentado pela decadência.”

“Há um povo vivo, capaz de renovar-se graças aos próprios recursos e à própria inevitável disciplina, capaz de não trair os seus jovens, capaz de palavras críveis no consenso internacional”, sublinhou.

Fonte: Zenit

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