Nos Estados Unidos, o TikTok está sendo processado por homicídio culposo após duas meninas morrerem em decorrência de um desafio viral visto na plataforma.
Os participantes do desafio compartilham vídeos de sufocamento até perderem a consciência.
O escritório de advocacia por trás dos processos, Social Media Victims Law Center, entrou com uma ação civil contra a empresa de aplicativo em um tribunal de Los Angeles, EUA, em nome das famílias das duas meninas.
Segundo a defesa, o aplicativo expôs Lalani Erika Walton , de 8 anos, e Arriani Jaileen Arroyo, de 9 anos, a vídeos associados a uma tendência conhecida como Blackout Challenge (Desafio do Apagão, em tradução literal), que estimula o participante a perder a consciência.
Uma organização cristã comentou sobre os danos potenciais de crianças pequenas usando as mídias sociais sem supervisão adequada dos pais.
Alerta aos pais
Paul Asay, editor associado sênior da organização cristã Focus on the Family’s, que ajuda os pais a navegar no entretenimento popular, avaliou que a mídia social vem com uma “ironia”.
Asay disse que esses aplicativos se destinam a fortalecer amizades, mas também são um “negócio”. Ele disse que o objetivo do negócio é “manter seus usuários envolvidos e engajados o máximo possível”.
Por não ter a capacidade de tomar “decisões sábias e saudáveis por si mesmas” ele afirmou que isso pode ser um problema para crianças e adolescentes que usam aplicativo de mídia social. “E, como essa história trágica ilustra, o conteúdo encontrado nesses sites pode ser prejudicial, perigoso e mortal – especialmente para crianças.”, completou.
Asay também observou que embora o TikTok seja projetado para crianças de 13 anos ou mais, como visto no caso das duas meninas, crianças muito menores também usam a plataforma. Ele argumentou que os pais devem monitorar suas atividades online.
“E quando seus filhos começarem a se envolver com as mídias sociais, certifique-se de se envolver com eles: defina parâmetros sensatos sobre quanto tempo eles passam nas mídias sociais e com quem eles passam”, orientou ele.
“Fale com eles sobre seus perigos. E acima de tudo, mantenha as linhas de comunicação abertas. A mídia social é de fato um grande e poderoso influenciador, mas mães e pais são ainda mais influentes”, completou.
Processo
O processo contra o TikTok ressalta que o aplicativo oferece “um sistema de recomendação que fornece conteúdo para cada usuário em particular” e “o feed de cada pessoa é único e adaptado a esse indivíduo específico”.
Segundo a denúncia, o Tik Tok direcionou os vídeos que mostravam o “desafio do apagão”, e que eram apropriados para usuários mais jovens, assim, persuadindo as meninas a participar do desafio.
Os pais também alegaram que a empresa não fornece avisos adequados para orientar os usuários mais jovens, e os pais sobre os perigos viciantes do aplicativo, ou a presença de desafios perigosos.
Resposta
No início deste mês, um porta-voz da empresa disse ao The New York Times que “a empresa não comentaria sobre o litígio em andamento”.
Além disso, o aplicativo argumentou que o desafio online é anterior à sua plataforma e nunca se tornou “uma tendência do TikTok”. A empresa prestou suas “mais profundas condolências” às famílias e prometeu “permanecer vigilante no compromisso de segurança do usuário” e “remover imediatamente o conteúdo relacionado, se encontrado”.
Criança morre asfixiada
Em janeiro de 2021, uma menina italiana de 10 anos faleceu, em Palermo, na Sicília, depois de participar de um desafio no aplicativo de vídeos curtos TikTok.
De acordo com o jornal La Repubblica, Antonella entrou no banheiro dizendo aos pais que iria tomar banho. Na verdade, a menina gravava um vídeo para o “desafio do apagão” do TikTok.
Em nota, o TikTok disse que “a segurança da comunidade é prioridade máxima”, e que a rede social está “à disposição das autoridades competentes para colaborar em toda a investigação”.
A ministra da Inovação local, Paola Pisano, disse que nenhuma criança deve usar as redes sociais antes de ter a idade mínima para tal – no caso do TikTok , 13 anos. “O mundo da internet deve ser um espaço de liberdade. Mas não a liberdade de permitir que os mais fracos, como menores, sejam prejudicados, gerando sofrimento e permitindo injustiças graves e, em muitos casos, irreversíveis”, afirmou.
DICAS DE SEGURANÇA DA POLÍCIA FEDERAL PARA OS PAIS
1 – Estreitar o vínculo de amizade e cumplicidade com seus filhos e sempre perguntar sobre as atividades desenvolvidas no dia.
2- Ter conhecimento básico de internet e computação, principalmente sobre redes sociais, para instruir os filhos.
3 – Supervisionar o acesso dos filhos à internet de forma discreta e não ostensiva. Melhor caminho é sempre o diálogo e orientação.
4 – Alertar e conscientizar os filhos sobre os perigos que existem na internet.
5 – Importante a conscientização para não compartilharem de maneira exagerada informações pessoais.
6 – Ter o consentimento da criança e do adolescente para acessar o perfil nas redes sociais.
7 – Deixar, se possível, o computador num cômodo público e visível da casa para que, em qualquer momento, possa ser visualizado o que os filhos estão acessando.
8 – Não permitir que os filhos fiquem muitas horas conectados à internet
DICAS DE SEGURANÇA DA POLÍCIA FEDERAL PARA OS FILHOS
1 – Nunca incluir nas redes sociais informações pessoais de maneira exagerada
2 – Não postar fotos em excesso
3 – Nunca incluir desconhecidos em contatos
4 – Preservar a intimidade ao máximo
Folha Gospel com informações de The Christian Post, Comunhão e Polícia Federal