Nesta quarta-feira (1º), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sabatinou André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mendonça passou por uma sabatina de mais de oito horas na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e foi aprovado por 18 votos a 9. Depois, recebeu 47 votos a favor e 32 contra no plenário da Casa. Como a votação é secreta, não é possível saber como cada parlamentar se posicionou.
Durante a sabatina, Mendonça foi questionado sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo e respondeu que vai “se pautar pela Constituição”.
A pergunta foi feita pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES). Mendonça então disse que irá defender o direito constitucional do casamento civil de pessoas do mesmo sexo.
“Eu tenho a minha concepção de fé específica. Agora, como magistrado da Suprema Corte, eu tenho que me pautar pela Constituição. Eu defenderei o direito constitucional do casamento civil das pessoas do mesmo sexo”, destacou.
“Pecadinho pode”
De acordo com matéria do site Diário do Centro Mundo (DCM), aliados de André Mendonça disseram que ele mentiu durante sua sabatina no Senado.
O estafe do ex-ministro da Justiça concluiu que seria necessário mentir em alguns pontos para dar segurança à aprovação. E isso foi abordado e houve acordo com o próprio Bolsonaro e também com líderes evangélicos, segundo o DCM.
Segundo apuração do DCM, ele garantiu aos líderes que não pode ser considerado reacionário durante a sabatina. Ainda que muita gente aposte que o candidato a ministro do Supremo vá abandonar Bolsonaro, ele será conservador.
Durante esses encontros, ele sentiu que parte significativa dos senadores não irão admitir um reacionário na vaga. Por isso, reunião de emergência foi marcada com líderes evangélicos, tendo o aval de Bolsonaro. Ali, Mendonça explicou a situação e deixou claro que teria de mentir. “Ele disse que não poderia dizer ser contra o casamento gay”, afirmou uma pessoa ligada a uma importante Igreja.
Segundo essa mesma pessoa, a reação de importantes líderes religiosos foi de compreensão. “É um pecadinho. Pecadinho pode”, teria chegado a afirmar um deles. Isso significa dizer que, Mendonça poderia mentir à vontade para os senadores e isso não afetaria sua relação com a Igreja evangélica, diz o DCM.
Na concepção dos pastores, mais importante que mentir ou dizer a verdade, é defender as pautas conservadoras na hora certa. “Eles querem que Mendonça vote no STF, o que ele diz no Senado não importa”, garante a fonte.
Fonte: Pleno News e Diário do Centro do Mundo