“Converso muito com Deus, todos os dias. E entra muito assunto, muitos pedidos”, disse o escritor católico Ariano Suassuna.

O escritor paraibano Ariano Suassuna faleceu na última quarta-feira, 23 de junho, aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral. “Imortal”, como são chamados os membros da Academia Brasileira de Letras, Suassuna deixa uma vasta contribuição com a literatura brasileira.

Antes de morrer, o escritor concedeu uma entrevista ao jornal Correio Braziliense e falou sobre seus diálogos com Deus: “Vergonhosamente, acho que tem mais pedido que agradecimento”, disse à época.

Segundo o escritor, seu caráter foi forjado ao longo do tempo por influência direta do Pai: “Essa personalidade que Deus me deu que me faz interessar muito pelo ser humano”, comentou.

“Converso muito com Deus, todos os dias. E entra muito assunto, muitos pedidos […] Quando acho que estou incomodando muito, recorro a medianeira de todas as graças, que me acompanha a todo momento e para todo o lugar que vou, levo”, afirmou o católico Suassuna, fazendo referência à virgem Maria.

Demonstrando o caráter de quem se deixa inspirar pelo amor ao próximo descrito na Bíblia, o escritor revelou que para ele, não há porque partir do princípio do ódio se não existe motivo: “O meu primeiro impulso, quando não conheço a pessoa, é gostar da pessoa”, afirmou.

Na conclusão da conversa com a jornalista Vanessa Aquino, Suassuna comentou as perdas de familiares que sofreu ao longo das décadas, mas ressaltou que a riqueza das relações humanas dá sentido e valor inestimável à vida: “Acho a vida um espetáculo maravilhoso, tem momentos muito duros, mas a convivência com o ser humano é muito enriquecedora, muito boa. E, depois, qualquer que seja a dimensão dele, [ainda tenho] o talento que Deus me deu para transformar as coisas em história, seja no teatro ou na literatura”, comemorou.

A morte de Ariano Suassuna acontece logo após a partida de outros dois célebres autores brasileiros: João Ubaldo Ribeiro, falecido no Rio de Janeiro no último dia 18 de julho; e Rubem Alves, ex-pastor presbiteriano, que morreu no dia seguinte, em Campinas (SP).

[b]Fonte: Gospel +[/b]

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