Os ministros de Assuntos Exteriores reunidos na Liga Árabe pediram hoje a realização de uma conferência internacional, com o objetivo de relançar as negociações do processo de paz árabe-israelense.

O pedido foi feito pelo chanceler da Tunísia, Abdel Rauf al-Basti, em entrevista coletiva na sede da organização pan-árabe, no final de uma reunião extraordinária dos chefes da diplomacia árabe. O encontro tratou da reativação da iniciativa de paz para o Oriente Médio.

A reunião ocorre um dia antes da cúpula que será celebrada na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh, no Egito. Dela participarão os ministros de Assuntos Exteriores dos aliados árabes dos Estados Unidos com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa Robert Gates.

Basti ressaltou que “todas as partes envolvidas no processo de paz (do Oriente Médio) devem participar da conferência, que tem como objetivo dar início a negociações diretas com todos os envolvidos” no problema.

Além disso, ele destacou que a reunião internacional tem como propósito “chegar a uma solução final para o conflito árabe-israelense em um período determinado de tempo, culminando com o estabelecimento de um Estado palestino com capital em Jerusalém Oriental”.

Nesse sentido, o secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, que acompanhava Basti, enfatizou que a “Síria também deve participar da conferência, porque tem territórios ocupados (por Israel)”.

“Todas as partes envolvidas devem participar para conseguir o fim do conflito”, afirmou.

O ministro tunisiano ressaltou que Israel deve “anunciar a total e imediata cessação da construção e ampliação de assentamentos e do muro (que separa os territórios palestinos), da ‘judaização’ de Jerusalém Oriental e das escavações nos alicerces da Mesquita de Al-Aqsa”.

Por outro lado, Basti, presidente rotativo do órgão árabe, disse que os países da região estão satisfeitos com os “aspectos positivos” no discurso do presidente dos EUA, George W. Bush, sobre o Oriente Médio.

“Sobre esses aspectos positivos é possível construir, especialmente no que se refere à criação de um Estado palestino ao lado de Israel”, destacou.

Além disso, os ministros afirmaram que as declarações de Bush pedem o final da construção, por parte de Israel, de assentamentos judaicos nos territórios palestinos. O presidente americano teria pedido, também, uma solução definitiva para o assunto de Jerusalém Oriental e para a questão dos refugiados palestinos.

Os ministros árabes, por sua vez, solicitaram ao novo chefe do Quarteto de Madri para o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Européia e Nações Unidas), Tony Blair, que desempenhe sua missão com “imparcialidade, honestidade e efetividade”.

A respeito da polêmica sobre o indulto dado pela Bulgária às cinco enfermeiras e ao médico condenados na Líbia a prisão perpétua, a Liga Árabe expressou sua “solidariedade” em relação às crianças que supostamente foram contaminadas por aids pelos acusados.

Reivindicou, ainda, ao Governo búlgaro que “responda aos compromissos contraídos com a Líbia”, no sentido de que os condenados cumpram em seu país a pena à qual foram sentenciados.

A reunião dos países árabes se concentrou, principalmente, na preparação para a visita de Condoleezza Rice e Robert Gates amanhã.

Muitos observadores consideram a viagem importante para a realização da futura conferência internacional proposta por Bush.

Fonte: EFE

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